[A versão original deste artigo, em inglês, foi publicada a 18 de Fevereiro de 2014.]
Várias pessoas têm reportado que polícias e agentes da Guarda Nacional estão a confiscar os telemóveis [celulares, em português do Brasil] dos detidos e manifestantes na Venezuela. Numa altura em que a Venezuela atinge o 15º dia de protestos nas ruas, os manifestantes acreditam que a polícia está a revistar a sua informação pessoal, a apagar imagens e vídeos dos protestos e a enviar mensagens às suas famílias e amigos.
José Vicente Haro, um advogado venezuelano e professor de Direito que trabalha na defesa dos estudantes detidos, tuitou:
A los detenidos en el CICPC les quitaron los celulares y dijeron que se los devolveran el lunes. Estan revisando sus celulares.
— JOSE VICENTE HARO (@JOSEVICENTEHARO) febrero 13, 2014
Retiraram os telemóveis aos detidos no CICPC [Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas] e disseram que os devolverão na segunda-feira. Estão a revistar os telemóveis.
Desde a segunda semana de Fevereiro, têm surgido relatos que agentes policiais estão a usar os telemóveis para enviar mensagens falsas aos amigos e familiares dos manifestantes. Eduardo Lischinsky, um estudante que tem participado nas manifestações, disse:
Cosas ciertas 6: Están usando los celulares de los estudiantes detenidos para “chalequear” a familiares y amigos que intentan contactarlos.
— Eduardo Lischinsky (@edulisch) febrero 13, 2014
Coisas certas 6: Estão a usar os telemóveis dos estudantes detidos para “pregar partidas” aos amigos e familiares que tentam contactá-los.
Mary Mena, jornalista de investigação que tem acompanhado as detenções, também disse que pelo menos dois jornalistas foram detidos e a Guarda Nacional confiscou os seus telefones:
Periodistas @JPBIERIL y @perezvalery17 Anoche fueron detenidos y los GN les quitaron los celulares. Ojo @espaciopublico @ipysvenezuela
— MARY MENA (@MENAMARY) febrero 16, 2014
Os jornalistas @JPBIERIL e @perezvaler17 foram detidos e a GN tirou-lhes os telefones. Cuidado @espaciopublico @ipysvenezuela
Depois de falar com familiares dos detidos, o jornalista Luis Carlos Díaz sugeriu que a polícia e a Guarda Nacional estariam a reter os telefones não apenas como gracejo, mas também para eliminar fotos, vídeos e outras evidências dos protestos:
Otra medida represiva en Venezuela es quitarle los teléfonos que a los detenidos para borrar fotos, videos y revisar información personal.
— Luis Carlos Díaz (@LuisCarlos) febrero 17, 2014
Outra medida repressiva na Venezuela é retirar os telefones aos detidos para apagar fotos, vídeos e revistar informação pessoal.
No meio dos protestos e com os meios de comunicação censurados, os Venezuelanos voltaram-se para a Internet para partilhar fotos, vídeos e informação sobre as manifestações e a sua posterior repressão. Manifestantes do distrito Chacao, em Caracas, transmitiram o vídeo de uma das zonas mais violentas dos protestos, imagens que até ao momento de publicação desta tradução já tinham sido vistas por 247.730 pessoas.
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