América Latina: Uma conversa com Santiago Hoerth sobre Tecnologia Aberta

[Todos os links levam a páginas em espanhol, a não ser nos casos especificados]

Santiago Hoerth, fundador e coordenador do Código Sur [Código Sul, em português], apresentou uma fala sobre ‘Open Internet with Open Technologies’ [Internet Aberta com Tecnologias Abertas, em português] no Open Culture Congress, que aconteceu nos dias 17 e 18 de outubro de 2011, em Quito, Equador. A apresentação quase completa encontra-se disponível em dois vídeos (12) online.

Código Sur é uma organização que se autodefine como:

un grupo de personas pertenecientes a diferentes movimientos sociales preocupadas por los derechos humanos, las libertades y los procesos sociales de emancipación. De igual modo lo estamos por las nuevas formas de comunicación y sus herramientas tecnológicas.

um grupo de pessoas de movimentos sociais variados que estão preocupadas com os direitos humanos, [e] as liberdades e processos sociais de emancipação. De maneira semelhante, nos [preocupamos] com novas formas de comunicação e ferramentas tecnológicas correspondentes.

Entre os objetivos, mencionam o seguinte:

  • Colaborar con el desarrollo y la socialización de las tecnologías y herramientas de comunicación en América Latina.
  • Realizar proyectos y programas que fomenten la comunicación y faciliten el acceso a Internet y las tecnologías de información y comunicación (TIC) en las organizaciones de América Latina.
  • Colaborar com o desenvolvimento e a socialização das ferramentas de comunicação e tecnologias na América Latina.
  • Realizar projetos e programas que estimulem a comunicação e facilitem o acesso à Internet e às tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas organizações da América Latina.

Uns dois dias depois do Congresso, encontrei-me com Santiago para uma conversa sobre, entre outras coisas, o Código Sur:

Em sua palestra Santiago falou sobre pontos neutros de troca na internet (IXP) de sobre redes livres. Ele fornece mais informações sobre este assunto no vídeo a seguir:

Wikipedia explica [en] com maior profundidade estes pontos neutros:

The technical and business logistics of traffic exchange between ISPs is governed by mutual peering agreements. Under such agreements traffic is often exchanged without compensation. When an IXP incurs operating costs, they are typically shared among all of its participants. […] Fees based on volume of traffic are unpopular because they provide a counterincentive to growth of the exchange.

A logística técnica e comercial do tráfego entre ISPs é governado por acordos mútuos entre pares. Sob tais acordos, o tráfego  frequentemente ocorre sem compensação. Quando um IXP incorre em gastos operacionais, estes gastos são compartilhados entre todos os seus participantes. […] Taxas cobradas com base em volume de tráfego são impopulares pois acabam sendo uma barreira ao incentivo ao aumento da troca.

RedLibre (redes livres) também é definida na Wikipedia. Suas metas [en] são particularmente interessantes de se observar:

  • Build a Free Network (Red Libre)
  • Bring technology to society and make communication easier
  • Create an emergency network which could be used in a moment of disaster
  • 1. Construir uma Rede Livre
    2. Trazer tecnologia para a sociedade e facilitar a comunicação
    3. Criar uma rede para emergências que possa ser usada em momento de desastre

    A entrada em espanhol da Wikipedia também se refere a problemas comumente encontrados em comunidades de rede livre:

    Exceso de expectativas. Falta de acciones, sentimiento de comunidad y trabajo en equipo. Falta de coordinación.

    Excesso de expectativa. Falta de ação, senso comunitário e trabalho em equipe. Falta de coordenação.

    Da mesma maneira, como em qualquer projeto, o fator humano parece ser muito importante. Pode-se encontrar mais informações sobre este assunto no Guifi.net, Buenos Aires Libre, Bogotá Mesh, Montevideo Libre,Redes Libres, a organização que agrega todas as comunidades latino americanas de rede livre.

    Por fim, Santiago falou sobre Software Livre na América Latina.

    Como explica Santiago, software gratuito é muito popular na América Latina, como ficou claro durante o Latin American Free Software Install Fests (FLISOL [en] para as iniciais em espanhol), um evento que divulga o software gratuito pelo continente todos os anos. Este ano, por exemplo, 269 cidades participaram com palestras, oficinas e instalações de diferentes softwares gratuitos.

    É importante notar que o Codigo Sur leva em conta mais do que o conceito de software gratuito como uma ferramenta de programação e considera também a questão de seu papel como ferramenta social:

    El propósito de retirar la programación de la esfera corporativa y volverla a poner en el ámbito social es algo indispensable para evitar que la promesa de la Era Digital se convierta en una pesadilla social. La condición necesaria para poder confiar en que las reglas impuestas por el software reflejen los objetivos y valores de la sociedad, es que la participación en la construcción del software esté abierta y al alcance de todas las personas que deseen hacerlo.

    A intenção de retirar a programação da esfera corporativa e colocá-la de volta na esfera social torna-se indispensável para cumprir a promessa de afastar a possibilidade da Era Digital vir a ser um pesadelo. A condição necessária para se ter certeza que as regras impostas pelo software reflitam os objetivos e valores da sociedade é que a participação na construção de um determinado software seja aberta e disponível a todos que desejam participar.

    Os vídeos neste post foram legendados por Beatriz Arze, Helen SiersNoemi Zalazar

    Post publicado previamente no blog pessoal de Juan Arellano, no dia 25 de novembro de 2011.

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