Saúde Global: Telefones celulares ajudarão na assistência à saúde

Mobile Phone Up Close

Três instituições uniram forças numa tentativa de fornecer melhor assistência à saúde através do uso das tecnologias de telefones celulares e computadores. Em particular, essas iniciativas tecnológicas móveis têm o intuito de melhorar os serviços da assistência médica dos países em desenvolvimento.

Atualmente, telefones celulares são usados para serviços de saúde que vão da educação sobre a AIDS e o HIV até para lembrar as pessoas das vacinas. Na semana passada, a Fundação Rockefeller, a Fundação das Nações Unidas, e a Fundação Vodafone disseram que apoiarão tais projetos formando a Aliança da Saúde Móvel (ou mHealth Alliance). A aliança anunciada no Congresso Mundial Móvel [Mobile World Congress] [en] facilitará projetos que usem tecnologia móvel para promover a saúde e trabalhará com grupos públicos e privados para expandir essas iniciativas. O plano é desenvolver a influência do uso crescente dos telefones celulares nos países em desenvolvimento – 64 por cento dos usúarios estão no mundo em desenvolvimento.

Erik Hersman, blogueiro do White African, discute [en] como os serviços de saúde móveis estão em moda agora entre fundações e outras instituições sem fins lucrativos, enquanto o Social Justice Blog aplaude a iniciativa [en] diz:

“This is the kind of corporate social responsibility that's great to see — technology answering a pressing social need…mHealth Alliance uses the technology to provide virtual doctors to those living in rural areas, particularly in India, Uganda and South Africa.”

“Este é o tipo de responsabilidade social que gostamos de ver das empresas – a tecnologia em resposta a uma necessidade social… a mHealth Alliance usa tecnologia para fornecer médicos virtuais àqueles que vivem em áreas rurais, principalmente na Índia, em Uganda e na África do Sul”.

A mHealth Alliance também divulgou um relatório na conferência mHealth for Development [en] [Saúde móvel pelo Desenvolvimento], que pesquisa programas nos países em desenvolvimento que usam a tecnologia móvel para promover a saúde pública. O relatório examina 51 programas que estão sob andamento ou serão implementados futuramente em 26 países, e mostra que eles predominam na Índia, África do Sul, Uganda, Peru e Ruanda. 3G Doctor Blog lista [en] todos os 51 projetos e comenta sobre o relatório:

“I'm posting this from the Mobile World Congress in Barcelona at the launch of a report that attempts to define mHealth; outlines the potential for mobile phones to improve health in the developing world; identifies building blocks for successful, sustainable and scalable mHealth programs; demonstrates the incentives for multiple players in the ‘mHealth value chain'…it also issues a call for action to create an independent global body to encourage multi-sector and pan-regional collaboration to leverage the transformational power of mobile networks and devices to improve healthcare delivery throughout the developing world.”

“Estou publicando do Mobile World Congress, em Barcelona, no lançamento do relatório que tenta definir mHealth; destaca o potencial dos telefones celulares em melhorar a saúde no mundo em desenvolvimento; identifica blocos crescentes para programas mHealth de sucesso, sustentáveis e adaptáveis; demonstra a iniciativa de múltiplos envolvidos na ‘valorosa corrente mHealth'… também convoca para a criação de um corpo global independente que sirva para encorajar a colaboração pan-regional e multissetorial para influenciar o poder de transformação das redes e dispositivos móveis para melhorar a assistência à saúde através do mundo em desenvolvimento.”

O relatório destaca projetos como Project Masiluleke (ou Project M) [en] na África do Sul, um serviço SMS que divulga uma linha telefônica especial com informações sobre a AIDS e o HIV. SIMpill project é outro programa da África do Sul; ele dispõe de um sensor no frasco de comprimidos e de um cartão SIM para avisar aos assistentes da saúde se seus pacientes não estão tomando o remédio para tratamento da tuberculose. A porcentagem de pessoas que mantêm a medicação aumentou de 22 para 90 por certo graças ao SIMpill, que também é usado em outros lugares, como a Tailândia. Outro projeto, chamado Cell-PREVEN [es], foi iniciado no Peru. Mahmud Hussein descreve o projeto [en] em seu site:

“Investments in mobile health initiatives such as the one undertaken recently in Peru called the Cell-Preven project should be made, in which a mobile health team, consisting of a small group of trained health professional and workers are dispatched to select communities. People there can get check-ups, on the spot screening for diseases such as malaria and tuberculosis, treatment of sexually transmitted infections as well as medical care for female sex workers. The teams are connected through satellite communications or internet/mobile phones (where available) to doctors in other areas, where information can be shared between the two teams and further assistance be given in real-time.”

“Investimentos em iniciativas de saúde móvel como o projeto que recentemente se implementou no Peru, chamado Cell-Preven, deveriam ser feitas, nas quais as equipes de assistência à saúde, compostas por um pequeno grupo de profissionais da saúde treinados e trabalhadores, são enviadas às comunidades escolhidas. Lá, as pessoas podem fazer check-ups para auxiliar na prevenção para doenças como malária e tuberculose, no tratamento de infecções sexualmente transmitidas, assim como cuidados médicos para as prostitutas. As equipes estão conectadas por comunicação via-satélite ou internet/telefones celulares (quando disponíveis) com médicos em outros lugares, onde a informação pode ser compartilhada entre as duas equipes e mais assistência pode ser dada em tempo real”.

Nick Hunn, blogando em Creative Connectivity, deseja boas-vindas [en] ao relatório mHealth, dizendo que ele mostra diferentes formas nas quais a tecnologia móvel pode ser útil.

“That's why the ‘Doctor in your Pocket’ report is so welcome. It highlights the fact that there’s no one model that has to be followed. Each of the countries put forward as examples have very different dynamics and customer sets. In one the major user base is young men. In another it’s mothers. In all cases the users like the service and find it beneficial.”

“É por causa disso que o relatório ‘Doctor in your Pocket’ (Médico em seu bolso) é tão bem-vindo. Ele destaca o fato de que não há um modelo a ser seguido. Cada um dos países colocados como exemplo tem dinâmicas e perfis de pacientes muito diferentes. Em um, o maior público-alvo é o de homens jovens. Em outro, são as mães. Em todos os casos os usuários gostam do serviço e acham que ele é benéfico”.

Apesar de toda expectativa, algumas pessoas continuam cautelosas sobre o potencial em melhorar os serviços da assistência à saúde da tecnologia móvel. Um comentário numa publicação sobre a mHealth Alliance mostra [en] que esta tecnologia não pode substituir a experiência de ser tratado diretamente por profissionais da saúde. Arun Pal Singh diz:

Medical care is often incomplete without physical contact between doctor and patient. While it may seem to be slightly beneficial to use technology, developing countries would be most benefited by producing their own doctors and paramedics. Nothing beats education.”

“Freqüentemente o cuidado médico fica incompleto sem o contato entre médico e paciente. Enquanto parece ter sido levemente benéfico usar tecnologia, os países em desenvolvimento seriam mais beneficiados produzindo seus próprios médicos e paramédicos. Nada supera a educação”.

1 comentário

Junte-se à conversa

Colaboradores, favor realizar Entrar »

Por uma boa conversa...

  • Por favor, trate as outras pessoas com respeito. Trate como deseja ser tratado. Comentários que contenham mensagens de ódio, linguagem inadequada ou ataques pessoais não serão aprovados. Seja razoável.