Guatemala: protegendo a Danta

Uma das maiores pirâmides do mundo em volume, a Danta [En] está localizada na Guatemala, em uma das poucas Reservas de Biosfera do planeta. Porém, incêndios florestais e a falta de envolvimento da comunidade têm requerido ações urgentes na área. Além disso,  desenvolvimento excessivo, práticas agrícolas rudimentares de corte e queimadas, roubos de artefatos arqueológicos e desflorestamento estão pondo em risco a valiosa herança cultural do país.

O governador de Petén, Rudel Alvarez, que também é blogueiro, descreve os problemas das reservas ambientais da região [Es], que contém cerca de 85% das áreas protegidas, enquanto a Reserva de Biosfera Maia cobre mais de 13% do país.

Repórteres internacionais independentes e blogueiros visitaram Petén recentemente, com o financiamento do Pulitzer Center on Crisis Reporting para coletar os clamores científicos pela conservação e para documentar histórias. O projeto deles foi batizado de Future of Peten [Futuro de Petén]. Eles, que tiveram a sorte de visitar o Projeto Mirador Basin e conhecer o diretor do projeto, apresentam a vista do topo do mundo maia [En]:

El Mirador, as head archaeologist Richard Hansen enthusiastically reminded us yesterday from the top of La Danta pyramid, is a lost city loaded with superlatives:

* The first state-level civilization in the Western Hemisphere
* The largest (by volume) pyramid in the world
* The greatest concentration of Maya sites in the world

Tens, possibly hundreds of thousands of people constructed this city over 750 years starting about 500 B.C., though occupation started hundreds of years earlier.

El Mirador, como o arqueólogo-chefe Richard Hansen nos lembrou com entusiasmo ontem do topo da pirâmide La Danta, é uma cidade perdida carregada de superlativos:

* A primeira civilização organizada em forma de estado no hemisfério ocidental
* A maior pirâmide (em volume) do mundo
* A maior concentração de sítios maias do mundo

Dezenas, possivelmente centenas de milhares de pessoas construíram esta cidade ao longo de 750 anos, tendo início por volta de 500 A.C., apesar de a ocupação ter começado séculos antes.

Infelizmente, a reserva passa por uma séria crise ambiental e social e ações urgentes precisam ser tomadas. Nadia Sussmand escreveu sobre isso em E se não houvesse ecoturismo [En]:

Today head archaeologist Richard Hansen continued our tour of monumental architecture, while discussing his plans for the development of ecotourism at El Mirador . Hansen is convinced that the only way to stop deforestation is to create a legally protected 810,000-acre no-cut area around the archaeological sites here, bounded by the natural borders of the Mirador Basin . He maintains that all logging – sustainable or not – will sooner or later lead to road-building, slash-and-burn farming, and the permanent destruction of the jungle.

Hoje, o arqueólogo-chefe Richard Hansen continuou nosso tour pela arquitetura monumental, enquanto discutia seus planos para o desenvolvimento do turismo ecológico em El Mirador [En]. Hansen está convencido de que a única maneira de parar o desflorestamento é criando uma área legalmente protegida de 810.000 acres com proibição de corte em torno dos sítios arqueológicos daqui, ligados às fronteiras naturais do Mirador Basin. Ele sustenta que todo corte de madeira – sustentável ou não – cedo ou tarde irá levar à construção de estradas, cortes e queimadas para a agricultura e à destruição permanente da selva.

A equipe blogava do campo, direto do coração da selva, como contou a participante Kara Andrade, em Oasis [En]:

The laboratory in the jungle is a small oasis of electricity and Wi-Fi in Peten's sea of rainforest darkness broken only by the drone of cicadas that is present all day. Every night, David Barreda and I move in with a bag of battery chargers, power strips, two laptops and a multitude of gadgets that allow us to connect with the world outside. We come in from the remotest stretch of jungle in Guatemala and upload like drought-stricken people to water. We are fiends at capturing video and photos and are at times overwhelmed with the amount of new content we're producing. Dispatches are coming slowly and we run with the rhythm of the generator.

O laboratório na selva é um pequeno oásis de eletricidade e conexão wi-fi no mar de floresta tropical e escuridão de Petén, quebrada apenas pelo zumbido das cicadas, presente o dia inteiro. Toda noite, David Barreda e eu entramos com uma sacola de carregadores de bateria, power strips, dois laptops e diversos gadgets que nos permitem nos conectar com o mundo exterior. Logamos do pedaço mais remoto da selva da Guatemala e atualizamos como dois mortos de sede diante da água.  Somos viciados em capturar vídeos e fotos e às vezes ficamos surpresos com a quantidade de conteúdo novo que estamos produzindo. As mensagens chegam devagar, e nós funcionamos ao ritmo de um gerador.

Danta é o nome da Pirâmide, mas também é uma espécie ameaçada de anta da região. Um grupo colaborativo de estudantes se organizaram para proteger a danta e ensinar à comunidade maneiras de protegê-la (as pessoas freqüentemente comem carne de anta em Petén, por considerá-la gostosa e exótica). O blog Mesas de Diaologo nos conta [Es] como os alunos de Estudos Florestais e Ambientais da Universidade Rural da Guatemala e do Instituto de Ciências Agro-florestais colaboraram em um plano de ação para proteger o habitat da anta. O plano foca no uso da educação e no desenvolvimento de alternativas econômicas para as comunidades.

O Global Heritage Fund está ajudando a salvar o Mirador Basin e disponibiliza na rede uma descrição detalhada da área [En] e um vídeo.

É uma tarefa complexa encontrar maneiras de proteger La Danta e as dantas quando as pessoas enfrentam a pobreza extrema, o isolamento e a exclusão. Somente o envolvimento e o engajamento da comunidade e a criação de alternativas para os povos que vivem perto das áreas protegidas podem resgatar tanto La Danta quanto as dantas e construir um futuro melhor.

Foto por Lala Lulu

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