Guatemala: Opiniões sobre povos indígenas

Boa parte da população da Guatemala tem descendência indígena, seja total ou parcialmente. Apenas uma pequena minoria vem de outra origem racial. Por essa motivo que a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas da ONU lançada em 13 de setembro é tão relevante para o país. No entanto, a preocupação maior é com as impressões e as opiniões sobre “indígenas” e racismo entre blogueiros da Guatemala.

O blogue Democracia Multicultural [es] publica um artigo de Lucia Escobar destacando que:

“Aunque el papel todo lo aguanta y del dicho al hecho hay un gran trecho, celebro la Declaración sobre derechos de pueblos indígenas parida recientemente por Doña Naciones Unidas. ¿Cuántos años tardaron los estados para ver a los pueblos indígenas del mundo y reconocer que no son atrasados, ni salvajes sino sólo diferentes? ¿Cuánto tiempo más pasará para que respete esa diferencia? ¿Y cuánto para valorar el enorme aporte en justicia, ciencia, arte, ecología, espiritualidad, medicina que desde hace cientos de años y hasta el día de hoy empapa con sabiduría milenaria el planeta?”

“Mesmo que no papel tudo se escreva e que de palavras a ação exista uma grande distância, celebro Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas da ONU, parida recentemente pela Dona Nações Unidas. Quanto tempo demorou até que as nações vissem o povo indígena do Mundo e reconhecessem que eles não são atrasados, ou selvagens, apenas diferentes? Quanto tempo ainda passará até que se respeitem essa diferença? E quanto tempo para valorizar a enorme contribuição para a justiça, ciência, arte, ecologia, espiritualidade e medicina dada nos últimos cem anos e que dura até os dias de hoje fornecendo sabedoria milenar ao planeta?”

Racismo e direitos dos povos indígenas foram discutidos recentemente em blogues da Guatemala, especialmente sobre Rigoberta Menchu, a único candidata indígena às eleições presidenciais, acabando em sétimo lugar. Como Carpe Diem [es] destacou em Preguntas que hay que hacer [Perguntas que devem ser feitas]:

“En Uspantán, Quiché, la tierra de Rigoberta Menchú, sólo 268 de 9655 votos válidos fueron para la Premio Nobel de a Paz y dirigente indigenista. ¿Será que allá son racistas?”

“Em Uspantán, Quiché, terra onde Rigoberta Menchu nasceu, apenas 268 de 9655 dos votos foram para a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e líder indígena. Será que eles são racistas?”

Por outro lado, para alguns blogueiros, ter candidatos indígenas é um bom sinal, Jorge Cabrera discutiu os resultados em seu blogue [es]:

“Esto puede parecer negativo pero a mi criterio es incluso bueno, por años ha habido gente que en Menchú han ido a descargar en voz baja con críticas, rumores y chistes de salón sus sentimientos hacia el indígena y con estas elecciones han aprovechado para decirlo un poco mas alto …. Muestras de estos comentarios pueden encontrar muchas en internet”

“Isso pode parecer negativo, mas no meu critério é bom, há anos têm existido pessoas que aproveitam Menchu para descarregar em voz baixa através de críticas, rumores e piadas de salão os seus verdadeiros sentimentos em relação aos indígenas, e com essas eleições elas tiveram a oportunidade de dizer isso um pouco mais alto… Muitas mostras desses comentários podem ser vistas na internet.”

Alguns culpam o racismo, outros culpam sexismo e a modesta campanha para os resultados de Menchu, mas o “problema” é a suposição de que apenas porque alguém é de uma certa origem étnica, então tem que votar em candidatos do mesmo grupo racial. Seria essa hipótese racista?

Em seu blogue guatemalalahistoria [es], esse autor disse:

“En Guatemala hay racismo y hay discriminación racial para el indio, pero no hay lucha de razas, ni discriminación racial para los indivudios de raza nativa que ya no son indios. La discriminación racial, entre nosotros, es un fenómeno ideológico, de súper estructura, que responde a la lucha de clases y opera solamente en función de ella.”

Existe racismo na Guatemala e existe discriminação racial em relação ao índio, mas não há luta de raças, nem discriminação racial para aqueles indivíduos de raça nativa que não são índios. A discriminação racial entre nós é um fenômeno ideológico, de grande estrutura, que responde à luta de classes e opera apenas em função delas.

Racismo e classes sociais em uma sociedade dividida é um assunto frequentemente discutido em blogues. Um exemplo vem do blogue Antología del Desengaño [es] em sua postagem Guatemala de clase:

“Guatemala todavía es un país clasista. Se manejan muchos estereotipos caducos y prejuicios absurdos. Claro que en este país, se debe encajar dentro de un molde para pertenecer a él. De allí que se crea que todas las personas que estén tatuadas sean delincuentes. O que los canchitos son más inteligentes que cualquiera.”

“Todavia, a Guatemala ainda é um país classista. Rolam muitos estereótipos caducos e preconceitos absurdos. Claro que nesse país é preciso se encaixar em uma moldura para pertencer a ela. Ali se acredita que todas as pessoas que tenham uma tatuagem são delinquentes. Ou que os loiros são mais inteligentes que qualquer um.”

Em contraste com os votos divididos por regiões, e opiniões divididas sobre questões de etnia, nos dias de hoje os divididos estão por uma vez que seja unidos. Eles estão votando em um candidato, não pelo próximo presidente, mas pelo próximo Ídolo Latino Americano.

Muitos blogueiros escrevem sobre isso com entusiasmo e toda a mídia está tirando proveito disso. Os fãs estão usando o próprio blogue CARLOS PEÑA FANS [es] para apoiá-lo, como dito no site:

1er. Blog (hecho en Guatemala) del artista Guatemalteco que está haciendo la diferencia en latinoamérica con su voz y su talento.

Primeiro blogue (feito na Guatemala) do artista guatemalano que está fazendo a diferença na América Latina com sua voz e talento.

Esse rapaz tem recebido a atenção e simpatia de todos os setores, ricos, pobres, indígenas, não indígenas, esquerdistas. Muito se deve à atenção da mídia, ao espaço dado pelos veículos de comunicação impressos, pela TV, rádio, por investidores privados e empresas. Esse caso é apresentado para mostrar que a imprensa de Guatemala pode demonstrar que todos os setores da sociedade, mesmo em meio a imensas diferenças e cicatrizes do passado, podem concordar em alguns pontos, ainda que se trate de um mero concurso na TV.

(Texto original por Renata Avila)

 

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.

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