Macedônia: Comunidade Online Previne Acobertamento de Assassinato

Como anunciado, os protestos contra o assassinato brutal de um jovem no domingo continuaram no dia 7 de junho de 2011 em Skopje, na Macedônia. Foram protestos pacíficos e os participantes ativamente se auto-regularam para evitar qualquer ação que pudesse ser interpretada como provocação para com a polícia, incluindo insultos de torcedores que se uniram ao movimento.

A polícia anunciou que monitorará as redes sociais para encontrar arruaceiros.

O usuário do Twitter Kopriva escreveu [mk]:

I repeat: “We're not anti-police… we're anti-police brutality.” – Al Sharpton

Repito: “Não somos anti-polícia… somos contra a brutalidade policial.” – Al Sharpton

Viktor Arsovski forneceu o seguinte detalhamento [mk]:

Viral informing through Macedonian social networks led to a revelation that a member of special police forces beat Martin Neshkovski, 22, to death Sunday night. Angry citizens used social networks to organize protests against police brutality.

Protesters walking at the Parliament and the construction site for the Arc of Triumph in Skopje. Photo: Viktor Arsovski/IT.com.mk

Protesters walking at the Parliament and the construction site for the Arc of Triumph in Skopje. Photo: Viktor Arsovski/IT.com.mk

Twitter user Velkov wrote [mk]:

After the failed cover-up attempt, now the whole online community is under surveillance. Our institutions felt the power of Internet #martin

It all started as a mysterious discovery of a dead body during Sunday night, right after the elections. The Ministry of the Interior (MOI) and [its subordinate] Skopje police gave contradictory public statements, claiming there was no reported case, but there was a dead body on Macedonia Square. Except for an anonymous witness who did not know who the dead young man was, the police said there was no traces of violence, while later the autopsy determined that the dead boy had indeed been beaten, had a broken nose and marks all over the left side of his body.

Who was that and why the police beat him, who gave the police freedom to take a life? – echoed the obstinate social networks, refusing to accept the cover-up, demanding answers and calling for protests against police violence, first on [Monday night] [mk] after the news spread, and then on Tuesday afternoon, blocking the streets of Skopje.

Finally, two full days after the murder, the truth came out. MOI officially anounced that Martin Neshkovski, 22, was beaten to death by a member of the special police unit “Tigers.” MOI tried to explain that they wanted to identify Martin first, and that the autopsy was late.

 

Protests in Skopje following the death of 22-year-old Martin (Daniel) from Dejan Velkoski on Vimeo.

http://www.youtube.com/watch?v=7w32OXcYXQo&feature=player_embedded

Viral power of networks

Macedonia has over 850,000 Facebook users, and a less numerous yet more influential Twitter community. Social networks are a serious factor in sharing information and opinions. Because of that, the news appeared on the influential blog BoingBoing and on Global Voices.

Curiously enough, some of the Facebook groups calling to protest disappeared from this network. We are expecting a response from Facebook why these groups vanished, whether they were removed by their creators or under pressure from MOI. Namely, MOI spokesman Ivo Koteski stated for Alfa TV [mk] that “the police will block any online content which, according to them, incites violence.” Such content apparently included events such as “Protest! Stop police brutality! Justice for the murdered youth!” [mk].

Twitter user Ribaro wrote [mk]:

@bazerko_88 MOI surveyed social networks yesterday and is aware of who had called for violence. Kotevski for Kanal 5 #daniel #martin

Outside of Facebook, the Macedonian Twitter community continued “loud” tweeting, sharing information and organizing protests using the hashtag #daniel (accepted due to media info that later proved erroneous) and #martin (the victim's real name).

Informações virais pelas redes sociais macedônias levaram a uma revelação de que um membro das forças especiais da polícia espancara Martin Neshkovski, de 22 anos de idade, até a morte na noite do último domingo. Cidadãos revoltosos usaram as redes sociais para organizar protestos contra a brutalidade da polícia.

Protesters walking at the Parliament and the construction site for the Arc of Triumph in Skopje. Photo: Viktor Arsovski/IT.com.mk

Protestantes caminhando no Parlamento e na Construção do Arco do Triunfo de Skopje. Foto: Viktor Arsovski/IT.com.mk

O usuário do Twitter Velkov escreveu [mk]:

After the failed cover-up attempt, now the whole online community is under surveillance. Our institutions felt the power of Internet #martin

Depois da tentativa frustradada de acobertamento, agora toda a comunidade online está sob vigilância. Nossas instituições sentiram o poder da internet #martin

Tudo começou com a misteriosa descoberta de um corpo durante a noite do domingo, logo após as eleições. O Ministro do Interior (MOI) e a polícia de Skopje (sua suborinada) deram declarações contraditórias, dizendo que não havia caso algum, mesmo havendo um corpo na Praça Macedônia. À exceção de uma testemunha anônima que não sabia quem era o jovem morto, a polícia disse que não houvera sinais de violência, enquanto que, em seguida, a autópsia revelou que o corpo havia de fato sido espancado, tendo o nariz quebrado e marcas por todo o seu lado esquerdo.

Quem era e por que a polícia o espancara, quem dera à polícia a liberdade de tirar a vida? – ecoou obstinadamente pelas redes sociais, em recusa a aceitar o acobertamento, demandando respostas e clamando por protestos contra a violência policial – inicialmente na segunda-feira à noite [mk], após as notícias se espalharem, e então na terça-feira à tarde, com o bloqueio das ruas de Skopje.

Finalmente, dois dias depois do assassinato, a verdade veio à tona. O MOI finalmente anunciou que Martin Neshkovski, 22, fora espancado até a morte por um membro da força especial da polícia, camada “Tigers” (ou “Tigres”. O MOI tentou explicar que eles quiseram identificar Martin no início e que a autópsia fora tardia.

Protestos em Skopje após a morte de Martin (Daniel), de 22 anos por Dejan Velkoski no Vimeo.

http://www.youtube.com/watch?v=7w32OXcYXQo&feature=player_embedded

O poder viral das redes

A Macedônia tem mais de 850.000 usuários do Facebook e um número menor, mas mais influente, de usuários do Twitter. As redes sociais são um meio relevante de se compartilhar informações e opiniões. Por conta disso, as notícias apareceram no influente blog BoingBoing [en] e no Global Voices.

Curiosamente, alguns dos grupos do Facebook que clamaram pelos protestos desapareceram da rede. Esperamos uma resposta do Facebook quanto ao motivo do desaparecimento, para entendermos se foram excluídos pelos criadores ou por pressão do MOI. Por exemplo: o porta-voz do MOI, Ivo Koteski, disse à Alfa TV [mk] que “a polícia bloqueará qualquer conteúdo online que”, segundo eles, “incite a violência”. Tal conteúdo aparentemente inclui eventos como “Protest! Stop police brutality! Justice for the murdered youth!” [mk], ou “Protesto! Parem a brutalidade policial! Justiça pelo jovem assassinado!”.

O usuário do Twitter Ribaro escreveu [mk]:

@bazerko_88 MOI surveyed social networks yesterday and is aware of who had called for violence. Kotevski for Kanal 5 #daniel #martin

O MOI pesquisou as redes sociais ontem e está ciente de quem pediu por violência. Kotevski para o Kanal 5 #daniel #martin

Fora do Facebook, a comunidade macedônia no Twitter continuou a alardear o caso, twitando, compartilhando informações e organizando protestos usando as hashtags #daniel (aceita já que as informações iniciais eram contraditórias) e #martin (o nome real da vítima)

Ribaro prosseguiu [mk]:

[MOI spokesman] Ivo Koteski should resign also. Yesterday [evening] he lied to the whole Macedonian public that the police had no information, and today he says that the murderer voluntarily reported himself [several hours before that]

[O porta-voz do MOI] Ivo Koteski deveria renunciar também. Ontem [à tarde] ele mentiou para todo o público macedônio que a polícia não tinha informações, e hoje ele disse que o assassino voluntariamente se entregou [muitas horas antes daquilo]

O diário de Dnevnik publicou um artigo [mk] baseado em fontes políciais, que conta que o principal suspeito chama-se Igor Spasov, 33:

The policeman Spasov, member of special unit “Tiger,” that evening was on duty on the square providing security detail to the government ministers celebrating the [election victory]. He was not in uniform, and received oral command for this assignment. MOI still has no information why the policeman caused death with two punches to the young man from Kozle neighborhood.

O policial Spasov, membro da unidade de força especial “Tigre”, naquela noite estava a trabalho na praça, provendo detalhes de segurança para os ministros do governo que comemoravam a vitória nas eleições. Ele não estava usando seu uniforme e recebera comando verbal para sua tarefa. O MOI ainda não tem informações do motivo desse policial ter causado a morte com dois socos no jovem do bairro de Kozle.

O usuário do Twitter Andrej_A sumarizou [mk] uma matéria [mk] do canal de TV anti-governo A1, intitulado “The state killed my son” (“O Estado matou meu filho”):

Mother of police murder victim – “We were visited by state and VMRO (ruling party) officials, telling us to keep quiet!”

A mãe da polícia matou a vítima – “Nós fomos visitados pelo Estado e os oficiais do VMRO (partido de situação) nos disseram para ficarmos quietos!”

Counting of protesters' financial contributions on TwitpicEle também publicou um link para uma foto que mostra a conta das despesas dos protestos, comentando [mk]:

Strange, but I do not see cheques for millions signed by Soros! ;)

Estranho, mas eu não vejo cheques de milhões assinados pelo Soros! ;)

Stariot, escreveu [mk] numa foto:

The counting… around 2,500 Denars [EUR 40/USD 60], spent on megaphone batteries and whistles…

A contagem… cerca de 2.500 dinares [EUR 40/USD 60], gastos com pilhas para megafones e apitos…

 

Inicie uma conversa

Colaboradores, favor realizar Entrar »

Por uma boa conversa...

  • Por favor, trate as outras pessoas com respeito. Trate como deseja ser tratado. Comentários que contenham mensagens de ódio, linguagem inadequada ou ataques pessoais não serão aprovados. Seja razoável.