Apaixonados do Oriente Médio, unam-se!

Jovens amantes do Marrocos. Fotógraf: Alexandre Baron (via Flickr: Creative Commons License).

Jovens amantes do Marrocos. Fotógrafo: Alexandre Baron (via Flickr: Creative Commons License).

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O mapa do amor do Oriente Médio e do Norte da África está procurando histórias de amor ocorridas durante a tão chamada Primavera Árabe. O objetivo é colecionar e publicar “100 histórias de amor na região do Oriente Médio e Norte da África para mostrar ao mundo que as revoltas árabes ocasionaram uma mudança social singular.” Para isso, eles pedem sua contribuição.

A ideia original é de um casal anônimo, que se apaixonou durante esse período. Essa é a história deles.

Maya Norton (MN): Sei que querem ficar anônimos. O que pode falar de vocês?

Mapa do Amor(MA): Nós queremos permanecer anônimos até conseguirmos obter 100 histórias. Somos blogueiros e amantes de diferentes países do Oriente Médio e Norte da África que cruzamos caminhos após as revoluções [da Primavera Árabe] e que decidimos lutar juntos em nossas diferentes causas e apoiar um ao outro. É por isso que acreditamos que as revoltas em nossa região deveria ser vistas como uma oportunidade e não apenas como crises.

MN: Quando você diz “histórias de amor”, você quer dizer as românticas ou também notícias favoráveis que aconteceram como resultado da Primavera Árabe? 

MA: Realmente detestamos a expressão “Primavera Árabe.” Achamos que é uma criação do ocidente para decidir nosso destino. Quando falamos “histórias de amor”, queremos dizer qualquer coisa que foi inspirada, influenciada, resultante ou desenvolvida após os movimentos de 2010 em nossa região, quando novas esperanças começaram a surgir e novas formas de resistência se manifestaram, resistência através de demonstrações, mas também através do amor.

MN: Como se originou a ideia do Mapa do Amor?

MA: A ideia surgiu do amor mútuo, dando as mãos pela nossa batalha e lutando pelas nossas causas na região. Começamos a discutir a ideia no verão passado, durante a guerra na Faixa de Gaza, no Iraque, o golpe no Egito, os massacres contínuos na Síria etc. O ponto máximo foi alcançado nesse verão, quando tudo estava ferrado e devastado na região, gerando apenas desespero.

Pensamos: somos fortes com o poder do amor, de apoiar um ao outro além das fronteiras, apesar do que nossos países estão passando, e tivemos sucesso em continuar lutando por esperança, determinação e [com um] sorriso largo no rosto. Pensamos: definitivamente não somos os únicos amantes que tiveram essa oportunidade de se encontrar, se unir e se apaixonar por causa das mesmas crises na região. Queremos disseminar a energia do amor entre nossos companheiros da região.

MN: Como será o Mapa do Amor?

MLM: A ideia principal do mapa será clicar nos países onde há uma história que possa levar a pontos de encontros de amantes além das fronteiras. Sabe, o conceito de fronteiras é muito importante na região do Oriente Médio e do Norte da África, sobretudo em países como, por exemplo, Bahrein, Síria, Líbia, Egito e outros que deixaram seus países como refugiados e não podem retornar. 
Assim, o mapeamento é, na verdade, do cruzamento de fronteiras e da capacidade de encontrar seu amor no outro lado do Mediterrâneo ou de outro oceano. 

Mapa do Amor, Primavera Árabe, Global Voices, Maya Norton

MN: Qual é o objetivo maior do site? 

MLM: O site é apenas uma plataforma para colecionar, documentar e divulgar. Nosso objetivo é o processo de recolher, contar e compartilhar essas histórias pelos próprios amantes.

Obrigado aos fundadores do Mapa do Amor por conceder a entrevista. Se você não tem uma história de amor para contar, mas está interessado em ajudar no projeto, participe como voluntário

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