Patrice Trovoada, eleito Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe com maioria absoluta. Os media locais apelidaram a eleição do dia 12 de Outubro de “TSUNAMI” eleitoral. Uma campanha sem o “banho (compra de votos)” mas com alguma violência registada no distrito de Caué.
A população de São Tomé e Príncipe (STP) foi convocada a eleger o novo governo nas eleições gerais do passado dia 12 de Outubro. O partido Acção Democrática Independente (ADI) venceu as eleições legislativas e municipais obtendo 33 dos 55 deputados do parlamento são-tomense. O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), a segunda força política do país, conquistou 16 assentos.
Patrice Trovoada retoma assim a cadeira de Primeiro-ministro, cargo que abandonou em 2012 após ter sido demitido pelo Presidente Manuel Pinto da Costa na sequência de uma moção de censura.
As promessas de baixar o preço do arroz e facilitar o acesso gratuito à internet bem como tornar S. Tomé na “Dubai de Africa” ajudaram a convencer o eleitorado são-tomense e conquistar a maioria absoluta numa campanha apelidada pelos media locais de “TSUNAMI”.
O candidato da ADI, que esteve ausente do país por alegada perseguição política, regressou a STP a meio da campanha eleitoral onde efetuou alguns comicios, sempre acompanhado de figuras politicas de Portugal e de segurança apertada. A caravana acabaria por ser atacada ao décimo dia da campanha por um grupo de indivíduos que envergavam as camisolas do maior partido de oposição.
Na página do facebook do candidato do ADI as reacções dos simpatizantes do partido, como a de Leida Lisboa, fizeram-se sentir:
A violência n vai nos levar a lodo nenhum, isto é uma vergonha, apesar de sermos um povo simpático e elogiado pelo mundo tambem somos muitos ignorantes e suberbos, deixem esses pensamentos negativos para trás somos todos irmãos comportamentos de fuga n vai intimidar o ADI somos forte e pertencemos as mesma raizes.
Outro são-tomense, Will Cadio, diz também ser contra a violência. Acrescenta no entanto que não acredita que estes indivíduos sejam realmente militantes do MLSTP:
meu partido e s.tome e principe e sou contra qualquer tipo de violência seja ela qual for , s.tome nao merece esse tipo de vergonha .Deixo uma pergunta no ar :sera que as pessoas so porque tinham camisolas do mlstp eram realmente do mlstp ??? Nao acredito q um partido com uma história como mlstp tenha alguma coisa a ver com isso , atenção mais uma vez digo e repito nao sou d partido nenhum e sou contra a violência. Abraxos
Guiomar Aguiar também se questiona se serão mesmo militantes do MLSTP-PSD:
Sera que Sao mesmo militantes do MLSTP…Duvido. ..Que façam uma boa investigacao…Abaixo a violencia!
Um video realizado pelo ADI durante o décimo dia de campanha integra as imagens da violência:
As campanhas eleitorais em STP têm sido caraterizadas pelo “Banho” – o fenómeno de “compra de votos”. Esse fenómeno se aconteceu, no mínimo não esteve visível nestas eleições de 2014, considerou o Presidente da Comissão Eleitoral Nacional são-tomense (CEN), Victor Correia.
Patrice Trovoada é filho de Miguel Trovoada, antigo Primeiro-ministro(1975-1979) e mais tarde Presidente(1991-2001) um dos fundadores do partido Movimento pela Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), em 1972. Viria mais tarde a fundar a Acção Democrática Independente, atualmente liderada pelo filho Patrice.
São Tomé e Príncipe tornou-se independente de Portugal em 1975, durante 16 anos viveu um regime de partido único, liderado pelo MLSTP, com Pinto da Costa a Presidente da República e Miguel Trovoada como primeiro chefe do Governo.