Um kit de campanha info-ativista para os direitos das mulheres

toolkit

[Todos os links conduzem a sites em inglês, exceto quando indicado o contrário]

As ativistas têm uma variedade de recursos online e offline que podem ajudá-las a promover e seguir em frente com suas campanhas. Existem alguns deles voltados a um público específico. O kit de ferramentas de campanha info-ativista para os direitos das mulheres da Tactical Tech é um exemplo.

Inicialmente lançada em janeiro de 2014, ela agora está disponível nos seguintes idiomas: árabe, kiswahili, hindi e bengali e sob a licença internacional da Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0, permitindo aos usuários adaptarem o conteúdo para torná-lo mais significativo à área deles.

Em uma entrevista por e-mail, Lisa Gutermuth, a gerente de projetos da Tactical Tech contou-nos mais sobre o folheto.

Rising Voices (RV): O que no kit de ferramentas o faz especialmente concentrado ou destinado às mulheres? Você pode nos fornecer provas concretas, já que nos exemplos às vezes há estudos de casos não obrigatoriamente relativos às mulheres?

Lisa Gutermuth (LG): The toolkit includes 20 women-specific campaigning examples including ‘Women on British Bank Notes,’ ‘Infoladies Project,’ and the ‘Blank Noise campaign,’ to name a few. The toolkit was built off previous content and research that Tactical Tech has worked on over the past 10 years, and some examples have been included because they correspond to or illustrate a specific campaigning tool or strategy. The anti-corruption rupee, for example, is a great example of how print can be used in a creative way. This kind of strategy could be adapted by women's rights campaigners for their own messages and campaign goals. All the case studies are there to offer inspiration in some way.

Lisa Gutermuth (LG): O kit acrescenta 20 exemplos de campanhas específicas às mulheres incluindo ‘Mulheres na cédula britânica,’ ‘Projeto Infoladies,’ e a ‘Campanha Blank Noise,’ para citar algumas. Ele foi construído a partir do conteúdo anterior e da pesquisa que a Tactical Tech trabalhou nos últimos 10 anos, alguns deles foram inseridos porque correspondem ou demonstram uma específica ferramenta de campanha ou uma estratégia. A rupia anticorrupção, por exemplo, é um grande modelo de como o impresso pode ser usado de maneira criativa. Esse tipo de estratégia poderia ser adaptado a campanhas em defesa dos direitos das mulheres para suas mensagens e objetivos próprios. Todos os casos estudados estão lá para servir de inspiração de alguma forma.

RV: O que explica a escolha dos idiomas: inglês, árabe, bengali, kiswahili e hindi?

LG: The toolkit was created as part of CREA's ‘New Voices / New Leaders: Women Building Peace and Reshaping Democracy project,’ which has a specific focus on women's rights issues in the Middle East, North Africa, South Asia and Sub-Saharan Africa. The languages selected are the ones which could reach larger numbers of people in those regions.

Often toolkits like this are published but are not actually used on the ground by the local grassroots organisations they are created for. There are a number of reasons for this – one is that these organisations don’t feel ownership over the toolkit; another is the simple fact that that when trying to be inventive, working in a language that's not your mother-tongue can be an added challenge. It can make a massive difference if the material is translated into local languages.  Working with partner organisations on the ground also meant that their feedback and experiences could be worked into the final product (our partners are listed here. I should also mention at this point that almost all of Tactical Tech's content is licensed under Creative Commons, so that it can be translated and adapted to different contexts by other groups.

LG: A ferramenta foi criada como parte do projeto da CREA ‘Novas Vozes / Novas Líderes: Mulheres Construindo a Paz e Reformando a Democracia,‘ que tem um enfoque específico na questão dos direitos das mulheres no Oriente Médio, África do Norte, sul da Ásia, África subsariana. Os idiomas selecionados são aqueles que poderiam alcançar o maior número de pessoas naquelas regiões. 

Às vezes ferramentas como essa são publicadas mas não utilizadas de fato como base das organizações locais para o que elas foram criadas. Há várias razões para isso — uma delas é que essas organizações não tomam posse da ferramenta; a outra é o simples fato de que quando procuram ser inventivas, trabalhar com um idioma que não é a sua língua materna torna o desafio ainda maior. É possível fazer uma diferença enorme quando o material é traduzido na língua local. Trabalhar com o apoio das organizações parceiras também significou que o feedback delas e as experiências estariam inseridas no produto final (nossos parceiros estão listados aqui. Nesse momento, eu deveria também mencionar que quase todo o conteúdo da Tactical Tech está licenciado sob a Creative Commons, ele pode ser traduzido ou adaptado aos diversos contextos dos outros grupos).

RV: Além de publicá-la, como você pretende impulsionar o kit de ferramentas?

LG: The printed toolkits will be distributed to our partners, who will use them in workshops with the communities that they engage with. We communicated a lot with our partner organisations to find out what the most useful format for them would be. What was strongly communicated across the board was that the printed version should be workshop material that can be used interactively, so this is how it has been designed.

LG: Os kits impressos serão distribuídos aos nossos parceiros, que os usarão em workshops com as comunidades às quais eles se dedicam. Nós nos comunicamos bastante com eles para descobrir qual seria o formato mais útil para eles. O que foi fortemente comunicado por todos foi que a versão impressa deveria ser o material do workshop, que pudesse ser usado interativamente, e assim foi planejado.

RV: Que tipo de monitoramento e avaliação você defende? O kit de ferramentas foi testado antes do seu lançamento?

LG: The creation process was interactive and focused on the needs of our local partner organisations. Before we made the website they reviewed much of the content and gave us their feedback.  Also, before the website was translated, some of the partners tested it out in meetings and workshops to see if there were aspects that would be more or less relevant to their language version.  Further monitoring and evaluation will be done after the toolkits are distributed, after communities have had time to interact with the content more deeply.

LG: O processo de criação foi interativo e voltado às necessidades das nossas organizações locais. Primeiro montamos o website, elas revisaram bem o conteúdo e deram-nos o feedback delas. Antes também, o site foi traduzido, alguns de nossos parceiros testaram-no em reuniões e workshops para observar se existiam aspectos que fossem mais ou menos relevantes para a versão do idioma deles. Além do controle e da avaliação que serão feitos depois da distribuição das ferramentas, após as comunidades terem tempo para interagir com o conteúdo mais a fundo.

RV: Vocês estão recebendo feedback dos usuários do kit? Você pode nos dar um exemplo? Se positivo, quais são as suas campanhas favoritas que usaram o kit?

LG: So far we've had a lot of really positive feedback, especially from online media and groups that deal with women’s rights in some way. We’ve also had many email requests for the print version, which will be out very soon.

LG: Até agora tivemos muito feedback realmente positivo, sobretudo dos meios de comunicação online e dos grupos que tratam dos direitos das mulheres de alguma maneira. Também muitas solicitações por e-mail para a versão impressa, que estará à disposição em breve.

RV: O kit foi usado por grupos que não são focados nas mulheres?

LG: Not that I know of yet, but as I said it’s really just beginning the outreach phase. That said, much of the content can be applied to any type of campaigning. This is especially true of the ‘basics’ section, which lays out the different factors that need to be considered at the outset of any campaign.

LG: Não que eu saiba ainda, mas, como disse, a fase prática só está começando. Ou seja, muito do conteúdo pode ser aplicado a qualquer tipo de campanha. Isso é particularmente verdadeiro na seção de informações básicas, que expõe vários elementos necessários a serem considerados no início de qualquer campanha.

RV: O kit, por si só, é garantia para o sucesso de uma campanha?

LG: There are so many factors that determine whether a campaign is successful or not that it's an impossible thing to guarantee. What the toolkit offers, though, is a lot of valuable information, and it can serve as a very good reference for campaign planners to find new ideas and inspiration. The point is to stay dynamic and attuned to these factors, and the Women’s Rights Info-Activism Toolkit offers guidance here.

LG: Existem muitos fatores que determinam se uma campanha terá sucesso ou não, o que é algo impossível de garantir. O que o kit de ferramentas oferece, no entanto, são várias informações valiosas, que podem servir como uma boa referência aos organizadores da campanha para encontrarem novas ideias e inspiração. O foco é manter-se dinâmico e de acordo com aqueles fatores, e o kit de ferramentas de campanha info-ativista para os direitos das mulheres oferece essa orientação.

RV: Por fim, o que não perguntei que você gostaria de nos contar?

LG: I think one unique aspect of the Women's Rights Info-Activism Toolkit is the consideration of digital security and privacy while using online tools in an advocacy context.  There is a section in ‘Basics’ dedicated to explaining digital security, as well as many digital tools reviewed, as it is very important to consider your security both offline and online in any advocacy engagement. 

LG: Penso que um aspecto único do kit de ferramentas de campanha info-ativista para os direitos das mulheres é o foco na segurança e privacidade digitais, fazendo uso das ferramentas online em um contexto de ativismo. Existe uma seção de informações básicas dedicada à explicação da segurança digital, assim como das diversas ferramentas online disponíveis, pois é muito importante ponderar nossa segurança offline e online em qualquer compromisso de defesa.

Tradução editada por Débora Medeiros como parte do projeto Global Voices Lingua

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