Cláudia da Silva Ferreira, 38, saiu para comprar pão, domingo, 16 de março de 2014. Na vizinhança onde morava, no Morro da Congonha, Rio de Janeiro, deparou-se com uma troca de tiros entre policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar e traficantes. Ela foi baleada e a polícia colocou-a na viatura para levá-la ao Hospital Carlos Chagas. Cláudia não resistiu e morreu.
Tudo não passaria de mais um episódio de violência urbana, se não fosse a forma como a polícia [2] lidou com Cláudia. Jogada no fundo de uma Blazer, ela ficou pendurada pela própria roupa ao porta-malas, que se abriu, e foi arrastada por 250 metros de asfalto.
Essa cena [3] provocou uma série de reações online, incluindo uma homenagem do blog “think tank” Olga [1] que convidou artistas e internautas a retratarem Cláudia de uma forma digna, diferente da que ela teve nos últimos minutos de vida:
A mulher arrastada pela Polícia Militar tinha nome – Cláudia Silva Ferreira. [4] Cláudia também tinha família. E sonhos, coragem, dores e medos como qualquer ser humano. As denúncias da barbárie ocorrida são importantes e elas não devem cessar. Mas fugir do sensacionalismo e humanizar esse momento também é. Por isso, nos propusemos a retratar Cláudia com mais carinho do que o visto nos últimos dias.
O projeto, batizado de 100 Vezes Cláudia [1], em 24 horas recebeu 100 ilustrações de vários pontos do país. Enquanto as imagens não param de chegar, já foi criada uma segunda página, Mais 100 Vezes Cláudia [5], preenchida com dezenas de homenagens. Uma das ideias é fazer uma exposição com as imagens e enviar algumas à família de Cláudia.
Confira algumas imagens:
Foi criado um vídeo que reúne as homenagens do #100xCláudia [6], autoria de Lucas Torres Matuda:
Para saber mais sobre o caso leia o artigo de Raphael Tsavkko no Global Voices: “Claudia Ferreira da Silva: morta em ação policial, tornada invisível pela mídia [7]“.