Peru: María María Acha-Kutscher, Ativista-Artista e Feminista

María María Acha-Kutscher, nascida no Peru em 1968, desempenha um papel triplo como ativista, feminista e artista visual. Sua presença ativa online no seu website [en] permite que os internautas apreciem e compartilhem seu trabalho. Além disso, todas as imagens estão disponíveis sob licença Creative Commons, o que nos possibilita usar o trabalho dela nesta publicação.

A biografia de Acha-Kutscher explica:

In her work there are two fundamental axes: a feminist proposal and the openness of creative process to society.  She generates projects on women[‘s] historical memory and raise[s] problems or situations related with the fact of being born [a] woman according to the political or cultural context. Her work plays a dual role: being an artistic product and also an instrument that covers a social need and also contributes to political transformations.

Seu trabalho apresenta dois eixos fundantes: uma proposta feminista e a abertura do processo criativo para a sociedade. Ela constrói projetos com base na memória histórica de mulheres e levanta problemas ou situações relacionados com o fato de ter nascido mulher inserida num dado contexto político ou cultural. Seu trabalho desempenha um duplo papel: ser um projeto artístico e também um instrumento que supre uma demanda social e contribui para transformações políticas.

No seguinte vídeo (com legendas em inglês), Acha-Kutscher apresenta a sua série ‘Les Spectaculaires‘, do projeto Womankind, “uma vasta produção de colagens em fotografia digital”:

No blog Mujeres Mundi, Xaviera Medina de Albrand dedica um post para Acha-Kutscher, intitulado ‘Twice María: An artist working for women’ [Duas vezes Maria: uma artista a trabalhar para as mulheres, em português]. A publicação oferece uma breve biografia:

María María takes her grandparents’ surnames Acha-Kutscher as her stage name. Born in Lima (Peru) where she studied at the Faculty of Arts of the Pontifical Catholic University. In 1991, left Peru fascinated by Mexico, where lived her grandfather – the renowned art critic Juan Acha – living there for 10 years. She worked as a graphic designer and publicist. Until 2000 when she created her own studio associated with her mother, the documentary filmmaker Maria Rodriguez.

María María pegou os sobrenomes Acha-Kutscher de seus avós e usa-os como nome artístico. Nasceu em Lima (Peru), onde estudou na Faculdade de Artes da Pontifícia Universidade Católica. Em 1991, deixou o Peru, fascinada pelo Méxcio, onde vivera seu avô – o renomado crítico de arte Juan Acha -, e viveu lá por 10 anos. Ela trabalhou como designer gráfica e publicitária até 2000, quando criou seu próprio estúdio em parceria com a mãe, a cineasta de documentário Maria Rodriguez.

Xaviera continua:

At twelve years old María María was emerging as a causes defender but the idea of being an activist artist was still vague “I said ‘I wanna be a feminist artist’ when I arrived in Spain. When you are so far from your country, it helps you to see things that do not have seen from your own land and so, it emerges emotions and interests that you were not aware. I think all women have had at least a bad personal experience of womanhood. Women are the population group most marginalized over the history of humanity and this encourages fighting, contributing and joining with other women to create consciences to give our girls a better future“.

Aos 12 anos de idade, María María despontou como uma defensora de causas, mas a ideia de ser uma artista ativista era ainda muito vaga “Eu disse ‘Quero ser uma artista feminista’ quando cheguei à Espanha. Quando se está tão longe de seu país, isso ajuda a ver coisas de sua própria terra que não eram antes aparentes, irrompendo emoções e interesses de que não se tinha a percepção. Penso que todas as mulheres devam ter tido ao menos uma experiência ruim por serem mulheres. As mulheres formam o grupo populacional mais marginalizado da história da humanidade, e isso encoraja à luta, à contribuição e à união com outras mulheres para formar consciências que darão às nossas garotas um futuro melhor“.
Uma data importante, o 1º de setembro de 1970, em Nova York. Centenas de mulheres marcharam na 5ª Avenida, cobrando equidade de gênero e direitos das mulheres no 50º aniversário da 19ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Desenho por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0).

Uma data importante, o 1º de setembro de 1970, em Nova York. Centenas de mulheres marcharam na 5ª Avenida, cobrando equidade de gênero e direitos das mulheres no 50º aniversário da 19ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Desenho por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0).

A publicação de Xaviera ressaltam também alguns dos projetos recentes de Acha-Kutscher, tais como Women Working for Women [Mulheres Trabalhando para Mulheres, pt]. O website de Acha-Kutscher explica:

Women Working for Women is a project for public spaces that recovers the women's historic memory through portraits of female personalities who have forged change and fought to improve the situation for their gender. The project also includes visual registers based on press images of the female memory in public protests. Each image is the result of an investigation in various archives that tells us a story of struggle that has brought important changes to the way we perceive gender and, consequently, to the history of humankind. The elaboration of each portrait are made digitally and printed in large format tarp that refers to the language of political and commercial messages that abound in Latin American cities.

Women Working for Women é um projeto para espaços públicos que retoma a memória histórica das mulheres através de retratos de personalidades femininas que trabalharam por mudanças e lutaram para melhorar a situação para seu gênero. O projeto também inclui registros visuais baseados em imagens na imprensa da memória feminina em protestos públicos. Cada imagem é o resultado de uma investigação em diversos arquivos que nos contam a história de luta que trouxe importantes mudanças na maneira como percebemos gênero e, consequentemente, na história da humanidade. A elaboração de cada retrato foi feita digitalmente e impressa em lona de formato largo, que se refere à linguagem de mensagens políticas e comerciais que proliferam nas cidades latinoamericanas.

Os retratos a seguir integram a série ‘Visual Bios‘ [Biografias Visuais, pt], do projeto Women Working for Women:

Guerrilla Girls, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Guerrilla Girls [Garotas da Guerrilha, pt], por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Jornalista mexicana Lindia Cacho, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Jornalista mexicana Lindia Cacho, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Banda punk feminista da Rússia, Pussy Riot, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Banda punk feminista da Rússia, Pussy Riot, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Numa série semelhante intitulada ‘Atrá Dele‘, Acha-Kutscher apresenta “8 biografias visuais de casais artistas heterossexuais”, nas quais ressalta a vida e o trabalho da mulher no relacionamento:

Atrás dele - Frida [Kahlo] e Diego, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Atrás dele – Frida [Kahlo] e Diego, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Atrás dele - Dora e Pablo Picasso, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Atrás dele – Dora e Pablo Picasso, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Acha-Kutscher também dedica uma série às mulheres que participam dos protestos dos Indignados na Espanha. Ela explica [en]:

It consists of a visual memory of women in public protests in Spain in 2012-2013. The results are drawing[s] based on press photographs and other[s] taken by witness[es] of these events.

Consiste na memória visual de mulheres em protestos públicos na Espanha, em 2012 e 2013. Os resultados são desenhos baseados em fotografias da imprensa e outras tiradas por testemunhas desses eventos.
Indignado desde antes de nascer, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Indignado desde antes de nascer, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Indignadas, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Indignadas, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Indignadas, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Indignadas, por María María Acha-Kutscher (CC BY-NC-ND 3.0)

Você pode acompanhar a série ‘Indignadas’ no Facebook. Visite o website [en] de Acha-Kutscher para conhecer mais de seus projetos e publicações.

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