Facebook remove grupo secularista marroquino e seu fundador

Ao longo dos últimos anos, o Facebook tem estado sob minuncioso exame várias vezes por sua aparente hipocrisia sobre que tipos de grupos ele julga inadequado. Apesar dos termos de serviço do site (TOS) banirem tudo desde nudez à discurso considerado de ódio, ao uso de pseudônimo para abrir uma conta, os critérios são seletivamente aplicados. Em meados de 2009, funcionários do Facebook afirmaram que não iriam apagar grupos de negação do Holocausto definitivamente, apesar da pressão de grupos judeus, mas apenas alguns meses antes excluíram contas de usuárias que postaram fotos de si mesmas amamentando seus bebês. Existem inúmeros outros exemplos.

Os TOS só parecem ser executados quando usuários suficientes denunciam um grupo como impróprio, e uma vez que um grupo é removido, seus criadores muitas vezes acham impossível recuperá-lo. Os usuários cujas contas pessoais são removidas, por vezes, criam uma nova conta, apenas para encontrá-la novamente apagada logo em seguida.

O ativista marroquino Kacem El Ghazzali foi recentemente submetido aos TOS do Facebook, quando um grupo que tinha criado, intitulado “Jeunes pour la séparation entre Religion et Enseignement” (Juventude pela Separação entre Religião e Educação), foi prontamente removido. El Ghazzali enviou um e-mail ao Facebook, mas não obteve resposta. Dois dias depois, a sua conta pessoal também tinha sido excluída do Facebook (o movimento também tem um blog hospedado no Blogger). Ele diz que quando o grupo estava vivo, recebeu e-mails de muçulmanos que se opunham ao grupo, assim como a outros grupos que ele tinha criado.

A página inicial do "Jeunes pour la séparation entre Religion et Enseignement" Grupo do Facebook

A página inicial do "Jeunes pour la séparation entre Religion et Enseignement" Grupo do Facebook

El Ghazzali não especula sobre o porquê do Facebook ter removido seu grupo, mas não deve ser nenhuma surpresa. Dois anos atrás, quando um jovem engenheiro marroquino, Fouad Mourtada, foi preso por criar um perfil falso do príncipe marroquino Moulay Rachid, muitos especularam que o Facebook tinha passado suas informações ao governo (o Facebook não confirmou nem negou a acusação).

O grupo de El Ghazzali, e sua conta, ambas parecem estar dentro da lei tanto nos EUA quanto [de acordo] com os TOS do Facebook. Por que, então, o Facebook os excluíu? Foi sob a pressão do governo de outro país, ou um número suficiente de pessoas reportou o grupo ao ponto do Facebook automaticamente removê-lo? Em todo o caso, porque o Facebook não oferece um recurso para os usuários reportarem contas e grupos deletados por engano, como outros sites como o Youtube e o Blogger fazem?

Já que a conta de El Ghazzali e seu grupo não parecem estar violando os TOS do Facebook, parece que o site agora está vigiando discursos, possivelmente a mando de um governo estrangeiro.

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