Caribe: Começa a 5ª Cúpula

Enquanto os líderes dos estados membros da 5 Cúpula das Américas se reúnem hoje (sexta-feira, 17 de Abril) em Trinidade e Tobago, bloggers de toda a área do Caribe estão ansiosos para discutir os prós e contras do evento.

Blah Bloh Blog de Granada fala:

Apesar de eu estar à boas 150 milhas distante, eu tenho que admitir meu excitamento pessoal com a chegada iminente do Presidente Obama em Trinidade; talvez possamos esperar que ele deva, em um momento de impulso, decidir fazer uma parada de descanso em Greenz (cidade de Grenville-Grenada)?
Desde a última semana ou antes, como as medidas de seguranças avançadas já começaram, o Aeroporto Internacional de Ponto de Salines, em Grenada, virou o ponto-central para a Aeronáutica dos Estados Unidos. Jatos F15 e aviões cargueiros C5 ocupam uma seção da pista, com os F15 mantendo uma rotação constante entre vôos de reconhecimento e vigilância.
Aqui estão esperanças em ouvir boas notícias da Cúpula.

Boas notícias talvez tenham que esperar, mas Blah Bloh Blog com certeza espalhou notícias confusas em formato de fotos –alegadas serem sobre chegada da “Fera” (como a nova limousine do Presidente americano, fortemente preparada por questões de segurança, foi batizada) – no Aeroporto Internacional de Piarco. No entanto, não há nenhuma confirmação se realmente o veículo em questão é a limousine do Presidente Americano –mas isto não a impediu de comentar:

Uau, eu tenho que adorar meus irmãos trinitinos e cara, você vai vê eles posando com o veículo do cara!! (Para o que isto vale a pena, eu entendo que estas fotos tiradas por oficiais da polícia de T&T(Trinidade e Tobago), não por civis. Eu sei que nós caribenhos somos bons, mas fomos bons demais que o Serviço Secreto deixou a gente circular pelo carro mais seguro do mundo.

Outros bloggers, no entanto, estão focados em assuntos mais polêmicos. De Trinidade e Tobago, Undisputed Truth tem o impacto financeiro em receber a Cúpula como principal questão:

O Governo de Trinidade e Tobago está gastando entre $1 bilhão e $ 2 bilhões de dólares TT (US$ 161 milhões -323 milhões) do dinheiro dos contribuentes na Cúpula; até agora eles estão ainda para publicar o valor exato.
O Produto Interno Bruto (PIB) é apenas US$15 bilhões. Trinidade está portanto gastando 13% do seu PIB apenas recebendo a Cúpula. O Primeiro-Ministro de Trinidade e Tobago, Patrick Manning, esteve mencionado as intenções em receber a Cúpula, por anos. Ele traduziu isso, criando agências governanmentais para rapidamente renovar e construir altos prédios em Porto-de-Espanha e arredores, o que tem custado centenas de milhões de dólares. Então, o custo real da Cúpula deve ser ainda mais assustador.
Para colocar isso em perspectiva, a Cúpula do G-20, sediado em Londres, custou £ 20 milhões de libras ou TT$180 millhões de dólares trinitinos ou US$29 milhões de dólares americanos. Portanto, Trinidade e Tobago esta gastando o mesmo que 10 vezes mais o que custou a Cúpula do G-20 na Cúpula das Américas.
Isso é um escândalo absoluto e um desperdício de dinheiro…

O blogger barbadiano Cheese-on-bread! acrescenta:

Todos os olhos estarão focados sobre os próximos dias em Trinidade, onde o Presidente Barack Obama irá comparecer à 5 Cúpula das Américas. Eu tenho que admitir agora que eu até estaria maravilhado em dá uma olhada no Senhor Presidente Obama, no entanto, eu não acho que poderíamos arcar com as despesas que envolvem em recebê-lo. Relatórios sugerem que T&T está gastando TT$1.2 bilhões de dólares trinitinos na Cúpula…obrigado Deus que eles têm esse petrodólares. Mas, não chefe, não fez sentido nos colocar na casa pobre para poder dá um belo show para os americanos.
Parte da segurança do Presidente já se instalou aqui no Aeroporto Internacional de Grantley Adams, e eu imagino que todos os satéites deles já estão preparados em Trinidade,nesse momento. Todos os criminosos provavelmente estarão na maciota essa semana…

 

Ao longo do Caribe francês, Carib Creole One [Fr] está atenciosamente seguindo o desenrolar da Cúpula e pondera sobre quetões de auto-governo e relacões entre países caribenhos. Ele também dá uma olhada na complexa relação entre Estados Unidos e Cuba.

Live in Guyana fala sobre o “Grande Muro”:

Os moradores de Beetham Gardens, uma área barra pesada de um degradado conjunto habitacional do governo que também é uma zona de guerra entre gangues, tem sido cortada do resto dessa expansão dezorganizada da capital de Trinidade.
O Governo levantou um muro ao longo dos limites da vizinhanças, bloqueando a visão que dava para uma longa e complicada comunidade que divide espaço com as águas sujas de restos industriais, repleto de ervas daninhas e constante mal cheiro de um aterro que também fica ali por perto.
O muro com 5 pés de altura é simplesmente um toque de embelezamento, dizem oficiais do governo, que dispendeu meses para organizar os preparativos para a chegada de 33 líderes, incluindo o Presidente Barack Obama, no maior e mais importante encontro de líderes do Hemisfério.

 

E parece que Guaiana tem suas próprias controvérsias na Cúpula. Caribbean American Forum percebe que:

O Instituto Caribenho de Guiana de Nova Iorque para a Democracia (CGID, em inglês)… publicou uma página completa de propaganda, dizendo aos participantes da Cúpula: ‘Existe uma crise de governança em Guyana, a qual tem crescido devido a uma corrupção sem paralelos, a um péssimo governo despótico e a revogação do Estado de Direito. A democracia de Guaiana é a mais fraca e a nação fica no limiar de um Estado falho.’

O blog de Trinidade e Tobago (T&T) Now is Wow Too acha que o tema da Cúpula (Assegurando o futuro de nossos cidadãos através da promoção da prosperidade humana, segurança energética e sustentabilidade do meio ambiente), invcrevelmente irônico:

Governo de Trinidade e Tobago: Cidadãos? Quais cidadãos? Tudo o que nós nos preocupamos é como rapidamente gastar pelo menos $500 milhões de doláres para concertar o país, sendo assim ela ficará ótima para Obama…e para o resto do mundo.
Rápido. Ele está chegando hoje. Esqueça sobre a crise financeira global. Vamos esbanjar $1 milhão de dólares americanos para reabilitar o aeroporto, pois assim podemos alocar os aviões do Presidente dos Estados Unidos e outros jatos ques estão trazendo outros convidados importantes!
Pinte todas as faixas, sinais de rodovias, postes, galhos de árvores…na verdade, pinte tudo e qualquer coisa na estrada que estiver na via entre o aeroporto e Porto-de-Espanha! Nós não podemos permitir que Obama veja nenhuma das nossas infra-estruturas parecendo velha e acabada! E não importa se os cidadãos estão presos horas no tráfego enquanto nós melhoramos a cidade. Eles estão acostumados a isso.
(…diga-se ao tráfego, e não as melhorias)
Pavimente as ruas e tape todos os buracos nas áreas em que Obama e outros Chefes de Estados estrangeiros irão passar! Construa um muro (…e chame isto de para-peito) para esconder as ‘favelas’ em Beetham, assim nossos importantes convidados não irão ver a pobreza!
E neste ritmo, dirija ao redor e recolha todos os andarilhos, pois assim irá parecer que nós não temos problemas com os sem-casa e os malucos. Alguns destes marginais estão fugindo, mas esperemos que não em direção ao centro da Cúpula!

E como para transmitir as suas preocupações, o blog de relações públicas 5 am at Mango Media Caribbean entrevista um Secretário porta-voz da Cúpula que afirma que “nós estamos completamente prontos [para a Cúpula]; nós já estamos prontos faz um bom tempo” – isto apesar de inúmeras matérias grande mídia local sobre a falta de preparo.

De fato, o blogger trinitino B.C.Pires, que vive em Barbados, está convencido de que o melhor lugar é em qualquer lugar for a de Porto-de-Espanha:

 

A Cúpula das Américas começa amanhã e grandes nomes começam a chegar hoje, com Barack Obama sendo a figura mais importante entre eles, sem dúvida. E você não conseguirá mover um músculo na cidade até Barack e a Fera irem embora.



Ele não está muito longe do– Caribbean Beat Blog, por exemplo, que relata que:

Caribbean Airlines(CAL) tem sido informada pelas autoridades competentes de que haverá poucos incovenientes durante as operações agendadas durante a 5 Cúpula das Américas…CAL está recomendando que os passageiros embarquem do aeroporto muito mais cedo do que o comum, em caso de nenhum choque acontecer, com o intuito de chegar no aeroporto três horas mais cedo da hora marcada do vôo.

Mas há também um lado mais leve sobre a Cúpula – pelo menos sob os olhos dos bloggers. Como sempre, o trinitino This Beach Called Life usa o humor para enfatizar em assuntos principais, postando uma nota diária e fictícia como se fosse o Presidente Obama:

A viagem para o México foi cheia de acontecimentos. Nós prometemos usar menos drogas ilícitas e México prometeu exportar menos jardineiros. Eu estou agora a caminho do ensolarado Trinidade e Tobago e não posso esperar par aver Hyatt.
Eu posso ver alguns poucos prédios altos, o Maravilhoso Muro de Beetham e Hugo agitando uma bandeira vermelha. Porto-de-Espanha parece bom desse ângulo, mas tem fios pendurados por todos os lados. Eu fico pensando se eles conseguiram recolher os sem-casa e escondê-los da imprensa internacional. Isso seria tão Terceiro Mundo, fazer uma limpeza para a Cúpula, negando assim que isso exista. Apenas a República das Bananas poderia agir assim tão estupidamente. Eu fico pensando se irá haver algum protesto, mas eu não acho que um líder semi-ditatorial iria permitir algo tão democrático como protestos acontecendo durante um evento internacional. Isso iria fazê-los parecer ainda pior.

Cultura também está desempenhando um papel – ambos official e não-oficial. O flickr photostream Rádio Livre do Caribe mostra uma sessão de fotos intitulada “O Povo precisa ser ouvido”, junto com a seguinte explicacão…

Como preparativos finais estão sendo feitos para o espetáculo da 5 Cúpula das Américas em Trinidade, um grupo de artistas irá fazer uma peformance com instalações nas ruas da capital de Trinidade e Tobago, Porto-de-Espanha.
O processo do silêncio é parte do video-instalacão que está sendo criado pelos grupos dos designers Ashraph Ramsaran and Shalini Seereeram.
T’in Cow Fat Cow fez sua estréia como banda independente em 2009, inspirada pela música T’in Cow feita por 3 Canal.

…enquanto o blog Repeating Islands tem o foco sobre a apresentação cultural para a abertura oficial da Cúpula hoje mais tarde:

Para a cerimômia de abertua, [designer de carnaval] MacFarlane colocou 45 minutos de apresentação cultural que traça o desenvolvimento das pessoas do Caribe como habitantes indígenas para uma multi-étnica cidadadia da região nos dias de hoje.

O que a 5 Cúpula das Américas irá possivelmente atingir ainda está aberto para debates, mas uma coisa é certa: os cidadãos da blogoesfera irá monitorar o progresso do evento passo-a-passo até o fim

27 comentários

  • Antônio Pereira

    18/04/2009 –
    Livro que Chávez deu a Obama vira sucesso de vendas
    O livro “As Veias Abertas da América Latina”, que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu de presente ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, neste sábado, se transformou em poucas horas em um bestseller no site de venda de livros Amazon.com.

    O livro de bolso traduzido para o inglês estava nesta sexta-feira na posição 60.280 dos livros mais vendidos da portal, mas depois do “gesto literário” de Chávez a Obama, a obra do escritor uruguaio Eduardo Galeano já era uma das mais cotadas no portal.

    O livro, considerado de culto pela esquerda do continente, havia alcançado a 14ª posição na noite deste sábado.

    O gesto de Chávez aconteceu no início da reunião entre o presidente americano e os líderes de União de Nações Sul-americanas (Unasul), na manhã deste sábado, antes do início da primeira sessão plenária da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago.
    Na reunião da Unasul, Chávez se levantou para dar um tapinha no ombro de Obama e entregar-lhe o livro, perante as câmeras.
    Obama, que o cumprimentou com um cordial “Como estás?” em espanhol, agradeceu o gesto e mostrou sorridente o livro aos fotógrafos antes de continuar a reunião.

    O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que não sabe se Obama pretende ler o livro, mas disse que o presidente não lia em espanhol, o que poderia ser uma barreira. Assessores de Obama também citaram uma longa lista de livros que o presidente tem na prateleira para ler.

    Dependência

    Galeano, que escreveu “As Veias Abertas da América Latina” nos anos 70, se transformou em um expoente-chave da esquerda do continente e um participante recorrente de foros alternativos. Na visão apresentada por Galeano, a história da região é uma sucessão de abusos cometidos pelos colonizadores europeus contra os indígenas e do saque ao qual foram submetidos os territórios que hoje formam a América Latina e o Caribe.

    Fontes da Casa Branca qualificaram o livro recebido por Obama como uma obra acadêmica que representa “a base da teoria da dependência da América Latina” em relação aos EUA, embora a obra seja de 1971 e um dos principais livros sobre o assunto tenha sido publicado em 1967: “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”, escrito pelo ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso em parceria com o sociólogo chileno Enzo Faletto.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u553004.shtml

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    Para download do livro em português:
    Eduardo Galeano – Veias Abertas da América Latina.pdf

    http://www.4shared.com/file/17504593/c9589299/Eduardo_Galeano_-_Veias_Abertas_da_Amrica_Latina.html?s=1
    —————————————-
    Para download do livro em Inglês:
    Open_Veins_of_Latin_America__Galeano.zip

    http://www.4shared.com/file/101215736/e59e271d/Open_Veins_of_Latin_America__Galeano.html?s=1

  • Antônio Pereira

    WHITE HOUSE TRANSCRIPT – 2009 DINNER Speech
    THE WHITE HOUSE
    Office of the Press Secretary
    ___________________________________________

    For Immediate Release May 10, 2009
    REMARKS BY THE PRESIDENT AT WHITE HOUSE CORRESPONDENTS’ ASSOCIATION DINNER

    May 9, 2009
    Washington Hilton, Washington, D.C

    THE PRESIDENT: “But as I said during the campaign, we can’t just talk to our friends. As hard as it is, we also have to talk to our enemies, and I’ve begun to do exactly that. Take a look at the monitor there. (Laughter.) Now, let me be clear, just because he handed me a copy of Peter Pan does not mean that I’m going to read it — (laughter) — but it’s good diplomatic practice to just accept these gifts.”

    http://www.whca.net/2009dinnerspeech.htm

    Presented by Hugo Chavez to President Barack Obama at the Fifth Summit of the Americas – AP Video Here

    http://www.youtube.com/watch?v=yTlBzdhpLYs&feature=player_embedded

  • Antônio Pereira

    April 22nd, 2009
    Compañero Obama? Obama Mends Fences with Latin America

    When George W. Bush went to Latin America, Argentine soccer star Diego Maradona called him “human trash,” and protesters flooded the streets.

    Now, when Barack Obama visited, leftist Venezuela President Hugo Chavez wanted to shake his hand, the right-wing president of Colombia, Alvaro Uribe, asked for his autograph and the anti-imperialist book Open Veins of Latin America made an unlikely journey to the White House.

    What does the April Summit of the Americas say about the past and future of U.S.-Latin American relations?
    “While the United States has done much to promote peace and prosperity in the hemisphere, we have at times been disengaged, and at times we sought to dictate our terms,” Obama told 34 of the hemisphere’s presidents at the summit. “But I pledge to you that we seek an equal partnership … There is no senior partner and junior partner in our relations; there is simply engagement based on mutual respect and common interests and shared values.”

    Such intentions were perhaps most clearly represented in the now-famous handshake between Obama and Chavez. At the start of the summit, Obama strode across the room to initiate a warm greeting with Chavez — much to the chagrin of right-wing pundits and politicians in Washington.

    http://openveins.fromthesquare.org/?p=31

  • Antônio Pereira

    THE BOOK: “Open Veins of Latin America”

    Five Centuries of the Pillage of a Continent
    25th Anniversary Edition
    by Eduardo Galeano
    Translated by Cedric Belfrage
    New Introduction by Isabel Allende

    “This book is a monument in our Latin American history. It allows us to learn history, and we have to build on this history.”
    — Hugo Chávez, President of Venezuela

    “I cannot recommend this book highly enough. Galeano’s vision is unswerving, surgical and yet immensely generous and humane. . . . Eduardo Galeano ought to be a household name . . . .”
    — Arundhati Roy

    “A superbly written, excellently translated, and powerfully persuasive expose which all students of Latin American and U.S. history must read.”
    — CHOICE, American Library Association

    “Eminent Latin American author Galeano is both impassioned and a hard-nosed scholar in this well-documented, Marxist-oriented history of Latin America as an exploited continent from the time of Columbus to the present.”
    — Publishers Weekly

    “Well written and passionately stated, this is an intellectually honest and valuable study.”
    — Library Journal

    “This book may in time rival all others in providing general ideas for analyses of both the colonial and modern periods . . . . Galeano possesses a grasp of history and historicism that is often missing in the writings of persons trained in the field . . . . with a dazzling barrage of words and ideas, [he] brings the reader closer to the beginning of what is so badly needed, namely, an all-embracing and ethical approach to the theory, study, and analysis of developmentalism in juxtaposition with colonialism, nationalism, and industrialism.”

    — History
    Since its U.S. debut a quarter-century ago, this brilliant text has set a new standard for historical scholarship of Latin America. It is also an outstanding political economy, a social and cultural narrative of the highest quality, and perhaps the finest description of primitive capital accumulation since Marx.

    Rather than chronology, geography, or political successions, Eduardo Galeano has organized the various facets of Latin American history according to the patterns of five centuries of exploitation. Thus he is concerned with gold and silver, cacao and cotton, rubber and coffee, fruit, hides and wool, petroleum, iron, nickel, manganese, copper, aluminum ore, nitrates, and tin. These are the veins which he traces through the body of the entire continent, up to the Rio Grande and throughout the Caribbean, and all the way to their open ends where they empty into the coffers of wealth in the United States and Europe.

    Weaving fact and imagery into a rich tapestry, Galeano fuses scientific analysis with the passions of a plundered and suffering people. An immense gathering of materials is framed with a vigorous style that never falters in its command of themes. All readers interested in great historical, economic, political, and social writing will find a singular analytical achievement, and an overwhelming narrative that makes history speak, unforgettably.

    This classic is now further honored by Isabel Allende’s inspiring introduction. Universally recognized as one of the most important writers of our time, Allende once again contributes her talents to literature, to political principles, and to enlightenment.

    Eduardo Galeano is the author of Days and Nights of Love and War (winner of the 1978 Casa de las Americas Prize), The Book of Embraces, and the highly acclaimed Memory of Fire trilogy.

    Isabel Allende is the author of several bestselling titles including In the House of the Spirits; The Infinite Plan, and Paula.

    http://openveins.fromthesquare.org/

    • Lobo Jr.

      Uma narrativa fascinante sobre a Venezuela e Brasil, no tempo dos avós de Hugo Chavez, conforme descrito no livro de EduardoGaleano, “Veias Abertas”…

      OS PLANTADORES DE CACAU ACENDIAM CHARUTOS COM NOTAS DE QUINHENTOS MIL RÉIS

      A Venezuela identificou-se com o cacau, planta originária da América, durante muito tempo. “Os venezuelanos, tínhamos sido feitos para vender cacau e distribuir, em nosso solo, quinquilharias do exterior”, diz Domingo Rangel. Os oligarcas do cacau, mais os agiotas e os comerciantes, integravam “uma Santíssima Trindade do atraso”. Junto com o cacau, formando parte de seu cortejo, coexistiam a pecuária nas planícies, o anil e o açúcar, o tabaco e também algumas minas; porém Gran Cacao foi o nome com que o povo batizou, acertadamente, a oligarquia escravagista de Caracas. A custa do trabalho dos negros, esta oligarquia enriqueceu-se abastecendo de cacau a oligarquia mineira do México e a metrópole espanhola. Em 1873, inaugurou-se na Venezuela uma idade do café; o café exigia, como o cacau, terras de vertentes ou vales cálidos. Apesar da irrupção do intruso, o cacau continuou, de todos os modos, sua expansão, invadindo os solos úmidos de Carúpano. A Venezuela continuou sendo agrícola, condenada ao calvário das quedas cíclicas dos preços do café e do cacau; ambos produtos sortiam os capitais que tornavam possível a vida parasitária, o puro desperdício de seus donos, seus mercadores e seus usureiros. Até que, em 1922, o país converteu-se de súbito num manancial de petróleo. A partir de então, o petróleo dominou a vida do país. O ouro negro vinha dar razão, com quatro séculos de atraso, às fantasias dos conquistadores espanhóis: procurando sem sorte o rei que se banhava em ouro, eles chegaram à loucura de confundir uma aldeazinha de Maracaibo com Veneza e a fétida costa de Pariá com o paraíso terrestre.

      Nas últimas décadas do século XIX, iniciou-se a glutonaria dos europeus e dos norte-americanos ao chocolate. O progresso da indústria deu um grande impulso às plantações de cacau do Brasil e estimulou a produção das velhas plantações da Venezuela e do Equador. No Brasil, o cacau fez seu ingresso impetuoso no cenário econômico ao mesmo tempo que a borracha e, como a borracha, deu trabalho aos camponeses do Nordeste. A cidade de Salvador, na Bahia de Todos os Santos, tinha sido uma das mais importantes cidades da América, como capital do Brasil e do açúcar, e ressuscitou então como capital do cacau. Ao sul da Bahia, desde o Recôncavo até o Estado do Espírito Santo, entre as terras baixas do litoral e a cadeia montanhosa da costa, os latifúndios continuam proporcionando, em nossos dias, a matéria-prima de boa parte do chocolate que se consome no mundo. Como a cana-de-açúcar, o cacau trouxe consigo a monocultura e a queimada das matas, a ditadura das cotações internacionais e a penúria sem trégua dos trabalhadores. Os proprietários das plantações, que vivem nas praias do Rio de Janeiro e sâo mais comerciantes do que agricultores, proíbem que se destine uma só polegada de terra a outras culturas. Seus administradores costumam pagar salários em espécie – charque, farinha, feijões; quando pagam em dinheiro, o camponês recebe por um dia inteiro de trabalho uma diária que equivale a uma garrafa de cerveja e deve trabalhar um dia e meio para poder comprar uma lata de leite em pó.

      O Brasil desfrutou por um bom tempo dos favores do mercado internacional. Não obstante, encontrou na África sérios competidores. Por volta da década de 2O, Gana já havia conquistado o primeiro lugar: os ingleses desenvolveram a plantação de cacau em grande escala, com métodos modernos, neste país que por esta época era colônia e se chamava Costa do Ouro. O Brasil caiu para o segundo lugar, e anos mais tarde para o terceiro, como provedor mundial de cacau. Porém, houve mais de um período em que nada, fazia crer que um destino medíocre aguardasse as terras férteis do sul da Bahia. Intocados durante toda a época colonial, os solos multiplicavam os frutos: os peões partiam as cascas a golpe de facão, juntavam os grãos, carregavam-nos nos carros para que os burros os levassem até os escoadouros, e era preciso cortar cada vez mais matas, abrir novos clarões, conquistar novas terras ao fio do machado e a tiros de fuzil. Nada sabiam os peões dos preços nem dos mercados. Nem sequer sabiam quem governava o Brasil: até pouco tempo ainda se encontravam trabalhadores nas fazendas convencidos de que Dom Pedro II, o imperador, continuava no trono. Os senhores do cacau esfregavam as mãos: eles sim sabiam, ou acreditavam saber. O consumo de cacau aumentava e com ele aumentavam a cotação e os lucros. O porto de Ilhéus, por onde se embarcava quase todo o cacau, chamava-se “a Rainha do Sul”, e embora definhe hoje, ali ficaram os sólidos palacetes que os fazendeiros mobiliaram com faustoso e péssimo gosto. Jorge Amado escreveu vários ramos sobre o tema. Assim recria uma etapa de alta de, preços: “Ilhéus e a zona do cacau nadaram em ouro, banharam em champanha, dormiram com francesas vindas do Rio de Janeiro. No Trianon, o cabaré mais chique da cidade, o coronel Maneca Dantas acendia charutos com notas de mil réis, repetindo o gesto de todos os fazendeiros ricos do país nas altas anteriores do café, da borracha, do algodão e do açúcar”. Com a alta de preços, a produção aumentava; depois os preços baixavam. A instabilidade se fez cada vez mais estrepitosa e as terras foram mudando de dono. Começou o tempo dos “milionários mendigos”: os pioneiros das plantações cediam seu sítio aos exportadores, que se apoderavam, executando dívidas, das terras.

      O título de “coronel” é outorgado no Brasil, com suma facilidade, aos latifundiários tradicionais e, por extensão, a todas as pessoas importantes. O parágrafo foi tirado do romance de Jorge Amado, São Jorge dos Ihéus (Montevidéu, 1966). Enquanto isto, “nem os meninos tocavam nos frutos do cacau. Sentiam medo daqueles cocos amarelos, de caroços doces, que os mantinham presos a esta vida de frutos de jaca e carne seca”. Porque no fundo, “o cacau era o grande senhor a quem até o coronel temia” (Jorge Amado, Cacao, Buenos Aires, 1935). Em outro romance, Gabriela, Cravo e Canela, um personagem fala de Ilhéus em 1925, levantando o dedo, categórico: “Não existe na atualidade, no norte do país, uma cidade de progresso mais rápido.” Atualmente, Ilhéus não é nem a sombra do que foi.

      • Antônio Pereira

        Onde se Lê: “Jorge Amado escreveu vários ramos sobre o tema”

        Leia-se: “Jorge Amado escreveu vários romances sobre o tema”

        […Nem sequer sabiam quem governava o Brasil: até pouco tempo ainda se encontravam trabalhadores nas fazendas convencidos de que Dom Pedro II, o imperador, continuava no trono. Os senhores do cacau esfregavam as mãos: eles sim sabiam, ou acreditavam saber. O consumo de cacau aumentava e com ele aumentavam a cotação e os lucros. O porto de Ilhéus, por onde se embarcava quase todo o cacau, chamava-se “a Rainha do Sul”, e embora definhe hoje, ali ficaram os sólidos palacetes que os fazendeiros mobiliaram com faustoso e péssimo gosto. Jorge Amado escreveu vários romances sobre o tema. Assim recria uma etapa de alta de preços: “Ilhéus e a zona do cacau nadaram em ouro, banharam em champanha, dormiram com francesas vindas do Rio de Janeiro. No Trianon, o cabaré mais chique da cidade, o coronel Maneca Dantas acendia charutos com notas de mil réis, repetindo o gesto de todos os fazendeiros ricos do país nas altas anteriores do café, da borracha, do algodão e do açúcar.”]

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        • Lobo Jr.

          • Chocolate, a bebida dos deuses!

          Os astecas acreditavam que o deus Quetzalcoátil trouxera sementes de cacau do céu e as dera de presente para os seres humanos. Sabe-se que as árvores de cacau existem há mais de 4 mil anos atrás. Espalhadas por aves e macacos. Em 1502, Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a experimentar o cacau. Quem ficou de fato impressionado com a beberagem foi Hernán Cortés, ou Hernando Cortés: 17 anos depois de Colombo, foi recebido pelos astecas com uma taça de chocolate (chocolate é consumido durante cerimônia em ilustração extraída de códice asteca). Curiosamente os espanhóis chegaram à atual Vera Cruz na data marcada pelo calendário asteca como a provável do retorno de Quetzalcóatil. O povo festejou a chegada de Cortés como este retorno e Montezum II , o imperador da época, ofereceu-lhe um grande banquete. Logo após o banquete, serviu em xícaras de ouro a mistura de chocolate frio, espumante, misturado com mel, especiarias e baunilha. Dizia que quem tomasse o chocolate, teria força, vigor e também compartilharia um pouco da sabedoria do deus.

          Os Astecas foram um dos povos mais civilizados e poderosos da América pré-colombiana.

          http://www.historiadomundo.com.br/asteca/bebida-deuses/

          Segundo a maioria dos historiadores, os astecas deixaram sua região de origem por volta do século 12. Após uma longa caminhada em lenta migração, teriam chegado ao vale de Anahuac (atual vale do México), que era bastante fértil, e ocuparam as ilhas a oeste do Lago Texcoco, pois as do lado leste já eram habitadas. Há controvérsias quanto ao local de origem desse povo: a maioria dos estudiosos acredita que o mais provável era o norte do vale do Anahuac (atual Vale do México), outros acreditam que o local de origem dos astecas ficava ainda mais ao norte, no que hoje é o sudoeste dos Estados Unidos. Entretanto, outros estudiosos acreditam que Aztlán não passa de um lugar mítico. Seja como for, na época da chegada dos astecas ao vale, existiam várias cidades-Estado. Nessa época, eles absorveram muitos elementos da cultura dos habitantes da cidade-Estado de Culhuacán.

          Os últimos a chegar ao refinado mundo do planalto mexicano foram os astecas sedentarizaram-se e mesclaram-se com os toltecas e a partir da aliança feita entre as cidades de Texcoco e Tlacopan, surgiu o “Império Asteca”, tendo como centro a cidade asteca de Tenochtitlán. Cada uma das cidades-estados possuía o seu próprio rei, mas os astecas tinham o comando militar na época em que ocorreu a ocupação espanhola, o imenso império só reconhecia um chefe: Montezuma, o imperador asteca.

          Como e quando surgiu a civilização asteca?
          Pouco se sabe a respeito dos primeiros tempos desse povo. Na verdade, o povo que chamamos de “asteca” chamava a si mesmo de “mexica” e era chamado pelos espanhóis de “mexicas”. A palavra “asteca” surgiu de aztecatl, que na língua nativa falada pelo povo Mexica designava os que vinham de Aztlán, lugar que, segundo a lenda, era a terra natal do povo mexica. A partir do século 19, autores europeus começaram a usar o termo “asteca”, que também foi incorporado por historiadores mexicanos para distinguir os habitantes do que hoje corresponde ao México antes da chegada dos espanhóis dos habitantes do México atual. Hoje, o termo “asteca” geralmente é usado para designar todos os habitantes do império fundado pelo povo mexica.
          http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u56.jhtm

  • Antônio Pereira

    WEEK IN REVIEW – The New York Times, Sunday, May 31, 2009

    The Book Chavez Gave to Obama
    April 20, 2009

    Today’s idea: The 13 American colonies weren’t exploited and subjugated like Latin America was because they weren’t as resource-rich and economically important to the European powers, says the book presented by Hugo Chávez to President Obama over the weekend.

    History | There doesn’t seem to be a lot online in terms of scholarly discussion of “The Open Veins of Latin America: Five Centuries of the Pillage of a Continent,” by Eduardo Galeano — the 1970’s anti-imperialist work given to Obama by Venezuela’s leader in an attention-grabbing moment at the Summit of the Americas. But you can go to the source with these anthologized excerpts for a window into the mindset of Chávez and his supporters (or you could add to the book’s sales spike on Amazon).

    Among the Uruguayan writer’s points in “Open Veins”:

    – Europe’s exploitation of the southern hemisphere’s natural resources thwarted development: “The truth is that the economic insignificance of the 13 colonies permitted the early diversification of their exports and set off the early and rapid development of manufacturing. Even before independence, North American industrialization had official encouragement and protection. And England took a tolerant attitude while it strictly forbade its Antillean islands to manufacture so much as a pin.”

    – The North’s victory in the Civil War solidified this protectionist, industrialized American economy, insuring what Galeano characterizes as a modern hypocrisy: “The United States, which itself operates an enormous protectionist system — tariffs, quotas, internal subsidies — has never earned a glance from the I.M.F. Toward Latin America, however, the I.M.F. is inflexible.”

    – Modern licensing arrangements are exploitative too: “What should we say of the gratitude Latin America owes to Coca-Cola and Pepsi, which collect astronomical industrial licensing fees from their concessionaries for providing them with a paste that dissolves in water and is mixed with sugar and carbonation?”

    http://ideas.blogs.nytimes.com/2009/04/20/the-book-chvez-gave-to-obama/?scp=2&sq=HUGO%20CHAVEZ&st=cse

  • Antônio Pereira

    REMARKS BY THE PRESIDENT AT WHITE HOUSE CORRESPONDENTS’ ASSOCIATION DINNER

    May 9, 2009

    Washington Hilton, Washington, D.C.

    9:56 P.M. EDT

    THE PRESIDENT: Thank you. Thank you, everybody. Good evening. You know, I had an entire speech prepared for this wonderful occasion, but now that I’m here I think I’m going to try something a little different. Tonight I want to speak from the heart. I’m going to speak off the cuff. (Teleprompters rise.) (Laughter and applause.)
    ———-
    But as I said during the campaign, we can’t just talk to our friends. As hard as it is, we also have to talk to our enemies, and I’ve begun to do exactly that. Take a look at the monitor there. (Laughter.) Now, let me be clear, just because he handed me a copy of Peter Pan does not mean that I’m going to read it — (laughter) — but it’s good diplomatic practice to just accept these gifts.
    ———-
    This is a season of renewal and reinvention. That is what government must learn to do, that’s what businesses must learn to do, and that’s what journalism is in the process of doing. And when I look out at this room and think about the dedicated men and women whose questions I’ve answered over the last few years, I know that for all the challenges this industry faces, it’s not short on talent or creativity or passion or commitment. It’s not short of young people who are eager to break news or the not-so-young who still manage to ask the tough ones time and time again. These qualities alone will not solve all your problems, but they certainly prove that the problems are worth solving. And that is a good place as any to begin.

    So I offer you my thanks, I offer you my support, and I look forward to working with you and answering to you and the American people as we seek a more perfect union in the months and years ahead.
    Thank you very much, everybody. Thank you. (Applause.)

    END
    10:12 P.M. EDT

    http://www.whca.net/2009dinnerspeech.htm
    —————————————————

    “A melhor forma de encontrar e desenvolver pontes entre culturas é trabalhando em prol de um desafio comum. O Global Voices Online dá um passo neste sentido ao fomentar a tradução das vozes globais através das blogosferas locais.”

    (sem censurar posts emblemáticos sobre o tema)

  • Lobo Jr.

    Editora Madras lança no Brasil “Pizarro – O conquistador dos Incas” nos Altiplanos dos Andes Peruanos.
    Quarta,13 de Julho de 2005

    Madras Editora lança no Brasil o livro “Pizarro – O conquistador dos Incas”, habitantes dos Altiplanos Peruanos, já disponível nas melhores livrarias do Brasil. No dia 18 de junho de 1977, quatro trabalhadores, encarregados da restauração da cripta da Catedral de Lima, descobriram, em uma das paredes, um caixão de metal que guardava um crânio e ossos de um homem.

    Junto a fragmentos de uma espada e de um par de esporas de prata. o caixão trazia o emblema esotérico de uma estrela de seis pontas, envolta por quatro círculos concêntricos, e as palavras : “Esta é a cabeça do Lorde Marquês Dom Francisco Pizarro, que descobriu e conquistou esses reinos do Peru e que os incorporou à Coroa Real de Castela”.

    Por quase quatro séculos e meio após sua morte em seu palácio em Lima, os restos do Conquistador do Império Inca permaneceram escondidos do mundo, seu nome esquecido durante a evolução da América do Sul, do colonialismo independência, e na posição do estado. Francisco Pizarro é possivelmente uma das figuras mais insultadas na História mundial.

    Sua memória ficou marcada pelo estigma do passado colonial da Espanha, inspirada tanto pela crueldade de seus conquistadores quanto pela inveja de seus vizinhos europeus, cuja própria colonização posterior não seria menos sanguinária, e cujos motivos econômicos não se mostraram dissimilares. A história, a parte e a lenda, porém, retrataram uma imagem romântica de sua vítima, o Imperador Inca Atahualpa, cuja execução fora por ele ordenada em Cajamarca e que foi, na realidade, um homem de igual brutalidade e ambição.

    Em termos morais, Pizarro não foi melhor nem pior que qualquer outro comandante militar europeu contemporâneo, que tirava seu sustento por meio do trabalho ao seu soberano com saques e a venda de prisioneiros e escravos.

    Da mesma forma, os métodos de guerra por ele empregados não eram mais sangrentos do que o de qualquer outro nativo americano de sua época ou de um guerreiro inca, cujos exércitos, em menos de cem anos, subjugaram os Andes. O que fez dele uma pessoa excepcional foi a habilidade de consolidar sua conquista em termos políticos, fundando um império cuja riqueza iria moldar o curso da História mundial, e cuja morte nas mãos de seus conterrâneos foi o sacrifício pago por seu empenho.

    Pizarro não era um cartógrafo estudado como Colombo, nem um nobre aventureiro como Hernán Cortez, o conquistador do México. O analfabeto filho pródigo de um capitão de exército de Extremadura, por cerca de trinta anos, ganhou a vida como senhor de escravos e fronteiriço nos antigos assentamentos do Caribe e da América Central : conhecido como “As Índias” por causa da crença errônea de Colombo de que fazia parte do continente da Índia, seus nativos também eram chamados por esse nome.

    Muito pouco se sabe daqueles primeiros anos, com exceção do que o cronista Gonzalo Fernandéz de Oviedo registra em algumas de suas referências, quando Pizarro estava a serviço do velho governador da Nicarágua, Pedro Arias Dávila.

    A conquista de Pizarro do império inca, porém, acontece muito tempo depois, quase meio século após Colombo ter chegado ao Novo Mundo, em um tempo no qual o domínio espanhol das ilhas do Caribe e da América Central já estava bem estabelecido, cerca de dez anos depois da conquista do México.

    Esta é a história do empenho e coragem de um homem que levou à descoberta a à conquista de uma das maiores civilizações do Novo Mundo, acompanhado por não mais de 200 voluntários pouco armados e que, contra todas as expectativas, derrotou o poder dos incas. É também a história do comprometimento do povo inca dominado na conclusão da conquista de Pizarro e da sucessão de seu irmão mais jovem, Gonzalo, como governador de sua colônia, que criou o primeiro Estado independente nas Américas: um legado que alicerçou as fundações da atual América do Sul hispânica.

    http://www.db.com.br/noticias/?49724

  • Lobo Jr.

    Peru: civilização inca e seu massacre

    A guia responde:

    – Não há mais incas, somos todos andinos.

    Eu perguntava pelo destino dos 6 milhões de incas que habitavam Cusco, a capital do Império Inca – cujo nome quer dizer, literalmente, “umbigo do mundo”, – quando chegaram os colonizadores espanhóis.

    Eles eram cerca de 6 milhões, tinham uma das civilizações mais avançadas do mundo na época. Foram dizimados. Em 5 anos estavam reduzidos a 1,6 milhões, escravizados. Todos os que compunham a elite – política, religiosa, científica, cultural, militar -, uns 300 mil, foram liquidados em pouco tempo, cortando as possibilidades de sobrevivência daquela civilização.

    Todos os conhecimentos acumulados em astronomia, em arqueologia, em culinária, em religião, em agricultura, foram liquidados.

    Como se fica sabendo perto dali, em Machupicchu – “Montanha Velha”, – os incas sabiam da circulação da terra em torno do sol, antes de Galileu. Muitos viviam mais de 100 anos, a ponto de que a Universidade de Machupicchu tinha professores de 120 anos.

    Em Machupicchu viviam uns 600 ou 700 indígenas, até que um antropólogo norte-americano, Hiram Bingham, “descobriu” a cidade em 1911, levado por um menino que vivia no local. Quando os espanhóis tomaram Cusco, o chefe inca retirou-se para Machupicchu, reuniu todo o ouro e a prata e, para não entregá-la para os colonizadores, fugiu na direção da Amazônia. Daí nasceu o mito de Eldorado, que seria a cidade fundada e construída só de ouro e prata. O chefe inca conseguiu matar ao chefe dos colonizadores, Francisco Pizarro, em um combate.

    Como reação recente ao papel de Pizarro, sua estátua foi retirada da principal praça de Lima e deixada em um parque central. Quanto ao antropólogo dos EUA, sob acusações de que teria roubado lingotes de ouro remanescentes e de que não foi o “descobridor” de Machupicchu, como confirma livro de seu filho, baseado em seus próprios diários. A luta dos habitantes locais agora é tirar-lhe esse título falso e atribuí-lo aos indígenas que já viviam em Machupicchu quando ele chegou, especialmente a Agustín Lizárraga, que em 1900 já havia chegado a Machupicchu, mas também a seus conterrâneos Melchior Arteaga, Justo Ochoa, Gabino Sanchez e Enrique Palma.

    Pela destruição causada por aqueles de quem é descendente o rei da Espanha – que, talvez pelas tragédias que produziram entre nós, quer que nos calemos -, é difícil imaginar o que seria o Peru de hoje – assim como a Bolívia, o Equador, a Guatemala, o México, o Chile, a Colômbia, entre outros de nossos países, se os povos originários não tivessem sido destruídos e, com eles, suas civilizações, suas culturas, suas formas de vida. Teríamos uma América Latina ainda mais diversificada e relações de igualdade com os países europeus, caso estes não tivessem se enriquecido com os massacres que promoveram na colonização.

    Aliás, como deveríamos chamar à destruição das civilizações originais e à escravidão desses povos e dos negros, trazidos à força da África, para ser escravos e produzir riquezas para as potências européias? Massacres? Limpezas étnicas? Crimes contra a humanidade? Foi com esses banhos de sangue que o capitalismo chegou às Américas, trazido pelos colonizadores europeus. Esses mesmos que gostaríamos que nos calássemos sobre as barbaridades que eles cometeram contra nossas civilizações.

    (blog do Emir)

    Emir Sader, Filósofo, cientista político e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o Laboratório de Políticas Públicas.

    http://www.adital.com.br/Site/noticia.asp?lang=PT&cod=31406

  • Antônio Pereira

    Onde se lê: “para ser escravos”
    Leia-se: “para serem escravos”

  • Lobo Jr.

    O IMPÉRIO ASTECA…

    Considerado o povo mais civilizado e poderoso da América pré-colombiana, os astecas controlaram um enorme império que se estendia por grande parte da região meso-americana (área cultural que compreendia parte do México e da América Central). Os astecas, também chamados mexicas ou tenochcas, chegaram ao vale do México no início do século XII da era cristã, procedentes de Chicomoztoc (“sete grutas”), situada em algum ponto desconhecido do noroeste do México. Outros povos de língua náuatle, como os chichimecas, acolhuas, tepanecas, culhuas, toltecas e pipiles haviam chegado anteriormente à região. As sete tribos astecas, guiadas por vários sacerdotes e caudilhos, e seguindo os desígnios do deus Huitzilopochtli, assentaram-se sucessivamente no lago Pátzcuaro e em Coatepec antes de chegar ao vale.

    Os membros do clero pertenciam às classes superiores; estudavam em suas próprias escolas a escrita e a astrologia, além de praticarem a mortificação e os cantos rituais; sua vida era de austeridade e permaneciam celibatários. Os dois sumos sacerdotes dependiam do rei. Este era inacessível – governava por intermédio de um delegado – e, segundo os espanhóis, era transportado em liteira porque seus pés não podiam pisar a terra.

    Os templos mantinham asilos e hospitais. Os ofícios religiosos, freqüentemente celebrados ao ar livre nos arredores dos templos, reproduziam fenômenos cósmicos e, dada sua estreita relação com os ciclos vegetativos, regiam-se por um complicado ritual, centrado nos sacrifícios. Estes podiam ser de flores e de animais, mas com freqüência eram humanos. Segundo relatos feitos por espanhóis, sem dúvida o número de vítimas foi bastante grande. Em geral sacrificavam-se prisioneiros, mas eventualmente usavam-se voluntários. As vítimas eram executadas pelos sacerdotes, de formas diversas, segundo o deus a quem se oferecia o sacrifício; quando era dedicado a Huitzilopochtli ou Tezcatlipoca, o sacerdote extraía o coração do guerreiro para alimentar seu deus.

    Quando não havia guerra contra os vizinhos, os astecas declaravam a “guerra florida”, uma série de combates individuais que proporcionavam vítimas para os sacrifícios. O aspecto sanguinário desses rituais impressionou fortemente os espanhóis, cuja intervenção impediu a evolução do sistema religioso asteca.

    Da arquitetura asteca só se conhecem alguns poucos exemplos que sobreviveram às destruições ocorridas durante a conquista espanhola. As edificações mais características são os templos, de estrutura piramidal.
    http://www.emdiv.com.br/pt/mundo/povosetradicoes/525-o-imperio-asteca.html

    Leia mais:

    • Astecas – As origens do Império Asteca
    http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u55.jhtm

    • Astecas e espanhóis – Hernán Cortéz e o Império Asteca
    http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u57.jhtm

    • Astecas e espanhóis – A destruição do Império Asteca pelos espanhóis
    http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u58.jhtm

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