Bahrain: Encontro com garota iraquiana na Síria

A blogueira de Bahrain do One in a Million [Ar] esteve recentemente na Síria, onde ela conheceu uma garota iraquiana que a deu muito o que refletir sobre as condições dos refugiados iraquianos e a dor que a guerra do Iraque trouxe para eles.

One in a Million visitou o túmulo deSayeda Zeinab, neta de Profeta Mohammed e filha de Imam Ali, em Damasco – um túmulo sagrado para muçulmanos do Shia [todos En].

بين صلاة المغرب و العشاء، قررت أن أسترق النظر في أرجاء الحرم المطهر و أن أملأ عينيّ بالمشاهد حولي. فهنا رجل
طاعن في السن قد جلس ليقرأ الزيارة المفجعة و عيناه تسترسلان بالدموع طالباً رحمة ربه، و هناك نساء من شبه القارة
الهندية قد تحلقن حول مقرئ يتلو عليهن ما جرى على العقيلة في كربلاء.
أخذت نفساً عميقاً لأملأ رئتي بالهواء العليل الذي لا يهب إلا في مشاهد العصمة و الطهارة.
استدرت حولي لتسجل ذاكرتي جميع التفاصيل و لتسجل ذاكرتي أنني قد أديت صلاتي في ليلةٍ صيفيةٍ في إحدى أطهر بقاع الأرض.
و بينما أنا في هذه الحالة الوجدانية، فاجأتني طفلة صغيرة قد تكون ابنة سبع أو ثمان سنوات. حملقت في وجهي و بادرتني
بالسؤال على استحياء: ” إنتو من البحرين؟

“Entre oradores de Maghreb e Isha, decidi dar uma olhada de perto no túmulo sagrado e encher meus olhos com as cenas ao meu redor. Vi um senhor de idade lendo o assustador ziyara, com os olhos cheios d’água, ele rezava pelo perdão de Allah. Tinha também mulheres do subcontinente indiano, que estavam ao redor de um leitor que contava a elas o que aconteceu com Zainab em Karbala. Eu respirei fundo e enchi meus pulmões com a brisa de castidade e pureza que só existe em lugares como esse. Eu virei para registrar na memória que eu tinha feito minhas orações em uma noite calma em um dos cantos mais castos da Terra. Enquanto eu estava no transe, eu fui surpreendida por uma garotinha de não mais que 8 anos. Ela olhou para mim e perguntou: ‘Você é de Bahrain?’”, ela escreve [todos os links em EN].

سؤالها عادي جداً، بل أصبح سؤالها معتاداً بالنسبة لي في بلاد الشام.
أجبتها بالإيجاب و دار بيننا حديث مقتضب لأكتشف أن الفتاة عراقية أجبرت على العيش مع أهلها في سوريا هرباً من الحمام الدموي العراقي.
كم أهوى الشاعرية في اللهجة العراقية.
قررت أن أقوم بعدها لصلاة العشاء. جلست الصغيرة بجانبي و لا زالت تنظر إلي بنظراتٍ لم أعرف سرها. نظراتها مختلفة، اختلطت فيها البراءة و الحزن و معانٍ أخرى لم أكد أصل إليها.
سألت الصغيرة عن اسمها فأجابتني: “زينــب”.
زين أب.. زينب، في حرم السيدة زينب.
لم تفارقني الطفلة فدعوتها إلى الصلاة معي. صلاتي كانت قصراً، و أثار استغرابي أنها صلّت قصراً معي

“A pergunta foi era normal, na verdade uma pergunta que sempre é feita para nós do Levant. Eu respondi a ela e tivemos um rápido bate-papo no qual eu descobri que ela era do Iraque e tinha sido forçada a viver na Síria com a família, que escapou do banho de sangue no Iraque. Como eu amo a sonoridade poética do sotaque iraquiano. Decidi, depois, que eu faria minhas orações de Isha enquanto a garota continuava sentada perto de mim e olhando por um motivo que eu não sabia. Os olhares dela era diferentes – uma mistura de inocência, tristeza e outros significados que eu pude entender completamente. Eu perguntei à garota o nome dela e ela respondeu: ‘Zainab’. Zain Ab.. Zainab do Túmulo de Senhora Zainab. A garota não queria me deixar então eu a convidei para rezar comigo. Minha oração era uma Qasr (ao viajar longas distâncias, pode-se resumir algumas orações, prática chamada de qasr) e ei fiquei surpresa que ela rezou o Qasr também”, ela explica.

بعد التسليم.. لمعت دمعة يتيمة في عينيها و دنت مني و همست في أذني: ” ما عدكم ثياب زيادة؟”
قالتها بصوتٍ خافت لم أكد أسمعه. لم ترد أن تبين لكل من هناك أنها بحاجة إلى ملابس. لم تكن تريد أن يسمعها الناس.
قالتها باستحياء عظيم و رأسها مطرق في الرخام الذي يزين أرضية الحرم.
قلت لها باستفهام و فضول: “ليش؟”
رفعت رأسها إلى السماء و في عينيها ألف نجمة و ألف دمعة.
قالت بصوتٍ كسير.. ” أبويه راح العراق من ست أشهر و لحين ما رجع”.
كادت أن تهرب دمعة حبيسة من عينها لكنها خنقتنها بين مقلتيها

Depois das nossas orações, percebi uma lágrima em seus olhos e então ela se aproximou de mim e sussurrou: ‘Você tem roupas sobrando?’ Ela disse isso em uma voz tão baixa que eu quase não consegui ouvir. Ela não queria que as pessoas ao nosso redor soubessem que ela precisava de roupas. Ela não queria que as pessoas a ouvissem. Ela disse isso com uma timidez, com a cabeça baixa, olhando para o chão de mármore do túmulo. Eu perguntei de curiosidade: ‘Por que?’ Ela levantou a cabeça para os céus e em seus olhos estavam milhares de estrelas e lágrimas. Com uma vozinha interrompida, ela disse: ‘Meu pai foi para o Iraque seis meses atrás e não voltou ainda.’ Uma lágrima estava para escapar de seus olhos, mas ela a escondeu.”

و عرفت حينها أنها ليست كغيرها من الأطفال هناك.
لم تكن تشحذ المال أو الملابس من غيرها بعلانية. لم تكن تتبع الزوار و تمد يد الحاجة لهم.
استغرقت وقتاً طويلاً حتى يخرج السؤال من بين شفتيها.
كم هو مرٌ الفقر، و كم هي صعبة الحاجة.
و كم هو قاسٍ هذا العالم الذي لا يُنصف الصغيرة زينب.
مسحت رأسها الصغير بسرعة و أنا أفكر في قرارة نفسي.. كيف سيرجع والدها؟ متى سيعود؟ بل هل سيعود أبداً؟
هناك ألف ألف زينب بيننا.. لكننا لا ندرك ذلك.
زينب ضاعت وسط الزحام و معها ضاعت آخر ذرات إيماني بهذا العالم.

“Eu me dei conta que ela não era como as outras crianças. Ela não estava pedindo esmolas ou vestida da mesma forma que as outras. Ela não estava seguindo os visitantes pelo túmulo e estendendo suas mãos para eles. Ela demorava muito para pedir. Como a pobreza é amarga! E como é difícil passar necessidades. E que mundo miserável é esse que não é justo com Zainab! Eu segurei a cabecinha dela e pensei comigo mesma se o pai dela voltará um dia? Existem milhares de Zainabs entre nós mais não sabemos disso. Zainab está perdida nessa congestão e com ela eu perdi toda a fé nesse mundo.”

(texto original de Amira Al Hussaini)

O artigo acima é uma tradução de um artigo original publicado no Global Voices Online. Esta tradução foi feita por um dos voluntários da equipe de tradução do Global Voices em Português, com o objetivo de divulgar diferentes vozes, diferentes pontos de vista. Se você quiser ser um voluntário traduzindo textos para o GV em Português, clique aqui. Se quiser participar traduzindo textos para outras línguas, clique aqui.

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